Diagnóstico da Infecção VIH – o que mudou em 10 anos

Autores

  • Andreia Carlos Serviço de Medicina 1.4 do Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E
  • Sandra Gouveia Serviço de Medicina 1.4 do Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E

Palavras-chave:

Infecção a VIH, SIDA, epidemiologia, transmissão, terapia antiretroviral, prevenção, comportamento

Resumo

Introdução: A infecção VIH/SIDA mantém-se uma importante
causa de morbilidade e mortalidade nos países em vias de desenvolvimento, onde a terapêutica antiretroviral só está disponível
para um número restrito de doentes. Nos países desenvolvidos, há
tendência para estabilização da epidemia mas é ainda frequente
o diagnóstico em fases tardias, com subaproveitamento dos
benefícios do tratamento, aqui facilmente acessível. Em Portugal,
país da Europa Ocidental com maior prevalência de infecção VIH,
continua a verificar-se o aumento de novos casos.
Objectivos e Métodos: Avaliação retrospectiva com caracterização e comparação de dois grupos de doentes com infecção
VIH acompanhados em consulta de um hospital central de Lisboa
- um com diagnóstico em 1997/1998, outro com diagnóstico em
2007/2008 – com o objectivo de analisar possíveis diferenças
de “perfil” demográfico, epidemiológico, clínico-laboratorial e terapêutico.
Resultados: Foram estudados 74 doentes com diagnóstico em
1997/1998 e 106 doentes com diagnóstico em 2007/2008. A
idade média foi superior em 2007/2008. O sexo masculino predominou em qualquer dos períodos, sem diferença significativa. A
raça negra e a origem não portuguesa tiveram maior representatividade em 2007/2008. Verificou-se um aumento da transmissão
heterossexual e um menor número de casos associados ao
uso de drogas endovenosas em 2007/2008. O estadio inicial
não mostrou diferenças estatisticamente significativas nos dois
períodos. Em 1997/1998 os esquemas terapêuticos envolveram
maior número de comprimidos e maior número de tomas diárias.
Conclusões: Parece-nos fulcral o investimento em estratégias
de redução de riscos e de diagnóstico precoce, em cuja definição
devem ser contemplados múltiplos factores, individuais, comportamentais e sociais. Com uma prevenção mais efectiva e início
atempado da terapêutica, que se objectiva progressivamente
mais potente, mais simples e mais bem tolerada, e se aspira
de acesso universal, talvez um dia se alcance o tão desejável
controlo da epidemia.

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Ficheiros Adicionais

Publicado

31-12-2012

Como Citar

1.
Carlos A, Gouveia S. Diagnóstico da Infecção VIH – o que mudou em 10 anos. RPMI [Internet]. 31 de Dezembro de 2012 [citado 21 de Novembro de 2024];19(4):168-74. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1169

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