Endocardite Infecciosa: Casuística do Departamento de Medicina Interna de um Hospital

Autores

  • Luís Melo Serviço de Medicina, Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal
  • Joana Duarte Serviço de Medicina, Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal
  • David Roque Serviço de Medicina, Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal
  • Inês Ferraz de Oliveira Serviço de Medicina, Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal
  • Alexandra Faustino Serviço de Medicina, Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal
  • Joana Caetano Serviço de Medicina, Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal
  • Susana Oliveira Serviço de Medicina, Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi.569

Palavras-chave:

Insuficiência Cardíaca, Fatores de Risco, Endocardite Bacteriana/epidemiologia, Endocardite Bacteriana/diagnóstico, Comorbilidade

Resumo

Introdução: Apesar da evolução das características epidemio- lógicas, a endocardite infecciosa mantém uma mortalidade e morbilidade significativas. Tem havido um aumento da incidên- cia em idades avançadas e sem os factores de risco clássicos. Este trabalho procura caracterizar os doentes internados por endocardite infecciosa nos serviços de Medicina Interna de um hospital da região de Lisboa, num período de seis anos. Material e Métodos: Foram identificados os doentes com diagnóstico de endocardite infecciosa aguda internados nosserviços de Medicina Interna, no período de 01/01/2009 a 31/12/2014, pela codificação de grupos de diagnósticos ho- mogéneos. A recolha dos dados foi feita pelo processo clínico electrónico.

Resultados: Foram identificados 40 casos com o diagnóstico de endocardite infecciosa pelos critérios de Duke modificados em 39 doentes, (32 homens, sete mulheres; idade média 62,3 anos). Em 28 doentes (70,0%) houve atingimento de válvula na- tiva, em cinco de válvula protésica (12,5%) e dois (5,0%) com atingimento de outros locais. Houve isolamento microbiológico em 31 doentes (77,5%). Vinte e oito (70,0%) doentes apresenta- ram complicações, sendo a mais frequente a insuficiência val- vular (53,5%). Houve necessidade de cirurgia em 16 doentes (40,0%). O tempo médio até ao diagnóstico foi de 8,1 dias. A duração média de internamento foi de 24,37 (± 31,68) dias, com uma mortalidade intra-hospitalar de 17,5% (sete doentes). Conclusão: A população em análise reflecte a evolução epide- miológica da endocardite infecciosa. Verifica-se maior incidên- cia numa população mais idosa, com mais co-morbilidades, e com um quadro clínico mais grave.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Habib G, Hoen B, Tornos P, Thuny F, Prendergast B,Vilacosta I, et al. Guideli- nes on the prevention, diagnosis, and treatment of infective endocarditis. Eur Heart J. 2009; 30: 2369–413

Thuny F, Grisoli D, Collart F, Habib G, Raoult D. Management of infective endocarditis: challenges and perspectives. Lancet. 2012; 379: 965–75

Hoen B, Duval X. Infective endocarditis. N Engl J Med. 2013; 368:1425-33.

Hoen B, Alla F, Selton-Suty C, Béguinot I, Bouvet A, Briançon S, et al. Chan- ging profile of infective endocarditis: results of a 1-year survey in France. JAMA. 2002; 288: 75–81

Cabell C, Jollis J, Peterson G, Corey G, Anderson DJ, Sexton DJ, et al. Chan-ging patient characteristics and the effect on mortality in endocarditis. Arch Intern Med. 2002; 162: 90–4

Sy RW, Kritharides L. Health care exposure and age in infective endocarditis: results of a contemporary population- based profile of 1536 patients in Australia. Eur Heart J. 2010;31:1890-7

Lalani T, Cabell CH, Benjamin DK, Lasca O, Naber C, Fowler VG Jr, et al. Analysis of the impact of early surgery on in-hospital mortality of native valve endocarditis: use of propensity score and instrumental variable methods to adjust for treatment-selection bias. Circulation. 2010; 121:1005–13

Kang DH, Kim YJ, Kim SH, Sun BJ, Kim DH, Yun SC et al.- Early surgery versus conventional treatment for infective endocarditis. N Engl J Med. 2012; 366: 2466-73

Thuny F, Beurtheret S, Mancini J, Gariboldi V, Casalta JP, Riberi A, et al.- The timing of surgery influences mortality and morbidity in adults with severe complicated infective endocarditis: a propensity analysis. Eur Heart J. 2011; 32: 2027- 33

Crawford MH, Durack DT. Clinical presentation of infective endocarditis. - Cardiol Clin. 2003; 21: 159-66

Botelho-Nevers E, Thuny F, Casalta JP, Richet H, Gouriet F, Collart F, et al. Dramatic reduction in infective endocarditis-related mortality with a manage- ment-based approach. Arch Intern Med. 2009; 169: 1290-8

Bayer A, Bolger A, Taubert K, Wilson W, Steckelberg J, Karchmer A, et al. Diagnosis and management of infective endocarditis and its complications. Circulation. 1998; 98: 2936-48

Li JS, Sexton DJ, Mick N, Nettles R, Fowler VG Jr, Ryan T, et al. Proposed modifications to the Duke criteria for the diagnosis of infective endocarditis. Clin Infect Dis. 2000; 30: 633-8

Tleyjeh IM, Abdel-Latif A, Rahbi H, Scott CG, Bailey KR, Steckelberg J. A sys- tematic review of population- based studies of infective endocarditis. Chest. 2007;132:1025-35

Sandre R, Shafran S. Infective endocarditis: review of 135 cases over 9 years. Clin Infect Dis. 1996; 22: 276-86

Chu J, Wilkins G, Williams M. Review of 65 cases of infective endocarditis in Dunedin Public Hospital. NZ Med J. 2004; 20:117

Thuny F, Habib G. When should we operate on patients with acute infective endocarditis? Heart. 2010; 96: 892–97

Murdoch DR, Corey GR, Hoen B, Miró JM, Fowler VG Jr, Bayer AS, et al. Cli- nical presentation, etiology, and outcome of infective endocarditis in the 21st century: the International Collaboration on Endocarditis-Prospective Cohort Study. Arch Intern Med. 2009;169:463-73

Downloads

Publicado

30-03-2017

Como Citar

1.
Melo L, Duarte J, Roque D, Ferraz de Oliveira I, Faustino A, Caetano J, Oliveira S. Endocardite Infecciosa: Casuística do Departamento de Medicina Interna de um Hospital. RPMI [Internet]. 30 de Março de 2017 [citado 28 de Março de 2024];24(1):19-23. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/569

Edição

Secção

Artigos Originais

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)