Manifestações Cutâneas Paraneoplásicas de Doenças Hematológicas Oncológicas
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.745Palavras-chave:
Doenças da Pele, Neoplasias Hematológicas, Síndromes ParaneoplásicosResumo
A pele, enquanto maior órgão do corpo humano, pode possuir
um papel fundamental no diagnóstico precoce de doenças sistémicas.
As manifestações cutâneas podem ser a primeira manifestação
de doenças hematológicas oncológicas (linfoma de
Hodgkin, leucemia linfocítica crónica, leucemia mielóide aguda),
podendo estas ser classificadas em específicas, quando
são causadas pela infiltração de células malignas na pele ou
pela expansão loco-regional da doença tumoral; ou inespecíficas,
pela desregulação imune que ocorre nos doentes oncológicos,
(caracterizadas pela ausência de células tumorais). As
lesões inespecíficas são mais frequentes, têm características
polimórficas e podem preceder, ser concomitantes ou ocorrer
após o diagnóstico da neoplasia oculta. Neste artigo serão
descritas algumas das doenças cutâneas mais frequentemente
associadas a neoplasias hematológicas; nomeadamente, dermatoses
neutrofílicas (síndrome de Sweet, pioderma gangrenoso
e policondrite recidivante), doenças do tecido conjuntivo
(dermatomiosite), prurido de etiologia desconhecida e doenças
vesico-bolhosas (pênfigo paraneoplásico e vulgar). Serão ainda
abordadas outras menos frequentes mas cuja associação
a neoplasias está bem descrita: amiloidose, eritemas reactivos,
dermatoses vasculares (livedo reticularis, eritromelalgia e vasculites)
e outras (acanthosis nigricans, sinal de Leser-Trélat e
ictiose adquirida). O principal objectivo desta revisão é o de salientar
o importante papel de certas dermatoses que podem ser
a manifestação inicial de doenças hematológicas oncológicas,
levando a um diagnóstico diferencial mais direccionado.
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