Os Princípios da Bioética Aplicados em Urgência Hospitalar
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.777Palavras-chave:
Autonomia Pessoal, Ética Baseada em Princípios, Ética Médica, Moral, Serviço de Urgência HospitalarResumo
Introdução: Os autores propõem-se efetuar a análise ética das decisões
médicas no serviço de urgência, baseando-se nos princípios da
Bioética: autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça.
Material e Métodos: Foi efetuado um estudo transversal através
de um inquérito por questionário a 68 médicos da urgência geral. O
questionário era constituído por quinze casos clínicos tipificado.
Resultados: Dos inquiridos 98,5% respeitaram o direito à revelação
da verdade. Respeitaram o princípio da beneficência 79,4% dos inquiridos
e 30,9% aceitaram não revelar a verdade por implicar ameaça
psicológica para o doente respeitando o princípio da não-maleficência.
Quando dois pacientes necessitaram de ventilação mecânica,
66,2% dos médicos inquiridos, concordaram com a não discriminação
pela idade, respeitando o princípio da justiça.
Discussão: A maioria dos médicos respeitou a vontade do seu
paciente e a necessidade de ser advertido dos riscos mediante consentimento
informado. A maioria considerou o bem-estar do doente,
agindo no sentido do bem maior. É dever do Médico procurar eficácia
e eficiência na gestão rigorosa dos recursos, respeitando o princípio
da justiça, sem esquecer que o excesso terapêutico pode ser desumano
e minar a dignidade, violando o princípio da não-maleficência.
Conclusão: A maioria dos médicos respeitou os princípios de autonomia
e beneficência. Geraram controvérsia questões relacionadas
com não-maleficência e justiça, por entrarem em conflito com os
conceitos de autonomia e beneficência. O Médico deve respeitar de
forma absoluta a autonomia da pessoa humana, oferecer o máximo
de benefício para a saúde do seu paciente, não lhe causando mal ou
dano, e agir com responsabilidade com os recursos disponíveis para
prover a saúde.
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