Estudo Etiológico do Derrame Pericárdico de Médio a Grande Volume – Abordagem Sistematizada
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.892Palavras-chave:
Derrame Pericárdico/etiologia, pericardiocenteseResumo
Fundamento: O derrame pericárdico é um achado comum e o seu estudo etiológico constitui um desafio na prática clínica.
Objectivo: Avaliar o impacto no diagnóstico etiológico da aplicação de um algoritmo faseado.
Métodos: Análise das admissões hospitalares para estudo etiológico de derrame pericárdico de médio a grande volume com
aplicação de um algoritmo de estudo etiológico que inclui história
clínica e exame físico, estudo complementar básico e pericardiocentese.
Resultados: Foram incluídos 44 doentes, dos quais 81,8% apresentavam derrame de grande volume. A pericardiocentese de intenção diagnóstica realizou-se em 43,2% dos casos. A aplicação do algoritmo levou à definição de uma etiologia em 70,5% dos casos e as mais comuns foram: neoplásica (18,2%), tuberculose
(15,9%), complicação mecânica de enfarte (13,6%), pós-cirurgia cardíaca (9,1%), auto-imune (4,5%) e insuficiência cardíaca
(4,5%). As etiologias foram definidas em 50% dos casos pela aplicação da fase I (história clínica e exame físico), em 15,9% pela
fase II (estudo complementar básico) e em 11,4% pela fase III (pericardiocentese). No seguimento clínico, média de 15,7 meses,
foi documentada uma taxa de recorrência de 15,2% e uma taxa
de mortalidade de 36,4%, sem se verificarem alterações de diagnóstico. O prognóstico foi dependente da etiologia.
Conclusões: A aplicação de um algoritmo de diagnóstico etiológico sistematizado mostra que a história clínica constitui o
principal método de diagnóstico etiológico dos derrames pericárdicos de médio a grande volume. A pericardiocentese, com
uma taxa diagnóstica de 36,9%, permite uma maior acuidade
diagnóstica.
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Referências
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