Síndrome neuropsiquiátrica tardia após intoxicação aguda por Monóxido de Carbono
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.1006Palavras-chave:
síndrome neuropsiquiátrico tardio, intoxicação, monóxido de carbonoResumo
A apresentação clínica da intoxicação por Monóxido de Carbono (CO) é
muito variável e pouco específica. As manifestações tardias ocorrem em
até 40% dos casos e poderão surgir dias ou meses depois da intoxicação aguda. O diagnóstico baseia-se na suspeita clínica, nos exames de imagem e nas provas de avaliação neuropsicológica, sendo importante a
exclusão dos diagnósticos diferenciais.
Os autores descrevem o caso de um homem de 44 anos com um quadro
de desorientação, alteração do comportamento e agitação psicomotora
de instalação aguda, sem história de traumatismo ou febre. Apresentava
antecedentes de intoxicação grave por CO três meses antes da avaliação
hospitalar, sem sequelas. Na admissão encontrava-se desorientado, agitado, com défice de atenção e atividade alucinatória. A TC crânio-encefálica revelou a presença de hipodensidades palidais bilaterais inespecíficas
de aspeto sequelar, confirmadas pela ressonância magnética cerebral,
sugestivas de intoxicação por CO. Foram excluídas causas metabólicas,
endócrinas, tóxicas, infeciosas e défices vitamínicos. As provas de avaliação neuropsicológica confirmaram um compromisso das funções cerebrais superiores.
Os autores destacam a importância do reconhecimento e tratamento precoce da intoxicação aguda por CO. Realçam a necessidade de seguimento destes doentes a longo prazo, de modo a identificar manifestações
tardias.
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