“Casos sociais” em internamento hospitalar: caracterização de uma população particular

Autores

  • Anneke Joosten Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Barreiro Montijo – Hospital Nossa Senhora do Rosário, Barreiro
  • Vânia Sacramento Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Barreiro Montijo – Hospital Nossa Senhora do Rosário, Barreiro
  • Célia do Carmo Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Barreiro Montijo – Hospital Nossa Senhora do Rosário, Barreiro
  • Paula Pona Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Barreiro Montijo – Hospital Nossa Senhora do Rosário, Barreiro
  • Fátima Campante Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Barreiro Montijo – Hospital Nossa Senhora do Rosário, Barreiro

Palavras-chave:

“casos sociais”, envelhecimento, tempo de internamento, capacidade funcional

Resumo

Introdução: O internamento prolongado após à alta clínica pela
ausência de resolução da situação social, em particular nos
doentes mais idosos, é uma realidade do dia-a-dia nos hospitais
vocacionados para patologia aguda.

Objectivos: Avaliar as características demográficas e clínicas dos “casos sociais” internados
num Serviço de Medicina Interna e o impacto da hospitalização
prolongada na demora média de internamento. Material e métodos: Análise retrospectiva com revisão de todos os processos
clínicos dos “casos sociais”, entre Janeiro e Dezembro de 2008.


Resultados: A amostra é constituída por 120 doentes com média
de idade de 75,7 anos, sendo a distribuição por sexo equitativa. A maioria dos doentes vivia acompanhada antes de serem
internados. Um quarto dos doentes apresentava, à admissão,
história prévia de acidente vascular cerebral. A percentagem de
doentes acamados no domicílio foi de 19,2%. O acidente vascular
cerebral isquémico constitui o principal motivo de internamento.
A demora média de internamento foi de 15 dias, passando para
23 dias, quando se inclui o período de situação social. Quanto ao
grau de dependência à data de alta a maioria dos doentes ficou
totalmente dependente de terceiros nas actividades básicas de
vida diária ao longo do internamento. Trinta e quatro doentes foram
referenciados à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

Conclusão: Com o processo acelerado de envelhecimento da
população os hospitais precisam de se preparar para acolher o
doente envelhecido e dependente. O declínio da capacidade de
auto-cuidado dos doentes durante um internamento constituiu um
entrave importante à sua reinserção no domicílio e círculo social.

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Referências

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Lamont CT, Sampson S, Matthias R, Kane R. The outcome of hospitalization for acute illness in the elderly. J Am Geriatr Soc 1983;31(5):282-288.

Sager MA, Franke T, Inouye SK, ß Functional outcomes of acute medical illness and hospitalization in older persons. Arch Intern Med 1996;156(6):645-652.

Bonita R. Epidemiology of Stroke. Lancet 1992;339:342-344

Ficheiros Adicionais

Publicado

29-03-2013

Como Citar

1.
Joosten A, Sacramento V, do Carmo C, Pona P, Campante F. “Casos sociais” em internamento hospitalar: caracterização de uma população particular. RPMI [Internet]. 29 de Março de 2013 [citado 18 de Dezembro de 2024];20(1):21-5. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1058

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