As pragas no êxodo dos Judeus do Egipto: abordagem epidemiológica e contributo para o esclarecimento da origem do símbolo da Medicina
Palavras-chave:
êxodo dos Judeus do Egipto, epidemias, símbolo da Medicina, caduceuResumo
Como é sabido, a interpretação puramente teológica da Bíblia
está ultrapassada. Impõe-se, pois, hoje em dia, abordar os textos
bíblicos sob uma óptica multidisciplinar e integrada ou “complementarista”: teológica, arqueológica, antropológica, mitológica,
sociológica, paleoclimatológica, epidemiológica, etc. Outrossim,
a assumpção de que os factos da Bíblia, designadamente do
Velho Testamento, ocorreram conforme ali se relatam não poderá, à luz dos progressos científicos actuais, ser aceite de forma
linear. Todavia, muitos desses factos tiveram, com efeito, lugar e
persistiram no tempo, durante vários séculos, por via da tradição
oral, sendo subsequentemente fixados em textos segundo uma
visão coerente com o contexto religioso e cultural então vigentes.
Assim, as epidemias descritas no êxodo dos Judeus do Egipto
constituem um palimpsesto respeitante a surtos epidémicos
diversos, correlacionáveis, na sua maioria, com as alterações
climáticas então ocorridas no Médio Oriente.
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