Influência prognóstica da elevação de CK e CKMB nas síndromas coronárias agudas sem supradesnivelamento do segmento ST

Autores

  • Júlia Toste Serviço de Cardiologia, Hospital de Pulido Valente, Lisboa
  • Vanda Carmelo Serviço de Cardiologia, Hospital de Pulido Valente, Lisboa
  • Palma dos Reis Serviço de Cardiologia, Hospital de Pulido Valente, Lisboa
  • Susana Castela Serviço de Cardiologia, Hospital de Pulido Valente, Lisboa
  • Alexandra Ramos Serviço de Cardiologia, Hospital de Pulido Valente, Lisboa
  • Manuela Adão Serviço de Cardiologia, Hospital de Pulido Valente, Lisboa
  • Teresa Ferreira Serviço de Cardiologia, Hospital de Pulido Valente, Lisboa

Palavras-chave:

Síndroma coronária aguda, troponina, prognóstico

Resumo

Com a redefinição de enfarte agudo do miocárdio, incluindo a síndroma
coronária aguda (SCA) com troponina elevada e sem supradesnivelamento de ST (SS ST), o universo dos doentes diagnosticados com necrosemiocárdica aguda aumentou significativamente e tornou-se necessário
definir a evolução e prognóstico desta nova entidade.
Objectivo: Com o presente trabalho pretendemos avaliar a influência
do aumento do CK e CK MB em termos da clínica, evolução e prognóstico
dos doentes com SCA SS ST e com troponina positiva.
Metodologia: Avaliação sequencial, durante 8 meses, de todos os doentes com SCA SS ST com troponina positiva internados na UCI do nosso Serviço de Cardiologia. Separação e comparação entre os doentes que
apresentaram aumento patológico de CK e CK-MB (CK superior a mais
do dobro do valor normal máximo e, simultaneamente, CK-MB superior a
10% de CK) e os que não apresentaram esse aumento. Os doentes que
apresentaram subida apenas de um destes marcadores (CK ou CK-MB)
foram incluídos no segundo grupo. Os dois grupos foram comparados
em termos de clínica, factores de risco, antecedentes cardiovasculares,
características angiográficas e evolução aos 30 dias e 6 meses.
Resultados: Estudaram-se 75 doentes (52 do sexo masculino), com
idade média de 68,4+-10,4 anos, dos quais 43 (57%) apresentaram
subida de CK e CK-MB e os restantes 32 tiveram troponina positiva mas sem subida de CK e CK-MB.
Comparando os dois grupos, estes foram semelhantes quanto à idade,
sexo, factores de risco cardiovasculares e, em termos de antecedentes,
os sem subida de CK, apresentaram mais frequentemente antecedentes
de enfarte do miocárdio (31 versus 19, p<0,05). A anatomia coronária
foi semelhante, assim como a evolução clínica, quer ao mês quer aos 6
meses. Não houve assim diferença significativa em termos de taxa de
re-enfarte, necessidade de revascularização e mortalidade coronária.
Houve, no entanto, uma correlação positiva e significativa entre o enfarte
do miocárdio prévio e a mortalidade cardiovascular total (Coeficiente de
correlação = 0,43, p<0,01).
Conclusões: SCA SS ST com troponina positiva é uma nova entidade
nosológica que apresenta uma evolução semelhante à do antigo enfarte
sem onda Q, já que tem um prognóstico semelhante quer haja ou não
subida do CK e CK-MB. No presente estudo a SCA SS ST com troponina
positiva e não subida do CK e CK-MB esteve ligada à existência de enfarte
do miocárdio prévio (p<0,05), que, por sua vez, se correlacionou com a
mortalidade cardiovascular a seis meses (p<0,01).

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Referências

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Ficheiros Adicionais

Publicado

31-12-2007

Como Citar

1.
Toste J, Carmelo V, dos Reis P, Castela S, Ramos A, Adão M, Ferreira T. Influência prognóstica da elevação de CK e CKMB nas síndromas coronárias agudas sem supradesnivelamento do segmento ST. RPMI [Internet]. 31 de Dezembro de 2007 [citado 5 de Novembro de 2024];14(4):187-91. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1570

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