Centenários num Serviço de Medicina Interna: Casuística de 11 Anos
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi/original/252/2/2018Palavras-chave:
Comorbilidade, Hospitalização, Idoso, 80 anos e mais, MortalidadeResumo
Introdução: O envelhecimento da população é uma realidade incontornável. Dados estatísticos recentemente publicados mostram que a população com 100 ou mais anos tem
apresentado um franco crescimento em Portugal. No entanto, existem poucos estudos que caracterizem esta população tão idosa, mas que quase inevitavelmente é admitida no
hospital em algum momento.
Métodos: Estudo retrospetivo dos doentes com 100 ou
mais anos internados num Serviço de Medicina Interna de
01/01/2006 a 31/12/2016.
Resultados: No período em análise ocorreram 172 admissões (< 0,4% do total), correspondendo a 130 doentes. A
idade média foi de 101,1 anos, sendo 74,4% dos doentes do
género feminino. Dos doentes, 51,7% provinham do domicílio, sendo o grau de dependência para as atividades de vida
diárias avaliado em “totalmente dependente” em 60,5% dos
casos. A análise dos antecedentes pessoais revelou que
46,7% dos doentes tinham 2 ou 3 comorbilidades, sendo a
hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e síndrome demencial as mais prevalentes. A polifarmácia esteve presente em 41,8% dos doentes. A patologia infeciosa do sistema
respiratório assumiu um lugar de destaque como motivo de
internamento (57,6%) e como causa direta do óbito (52,1%).
Constatou-se uma taxa de mortalidade de 41,3%.
Conclusão: As admissões hospitalares de doentes centenários têm apresentado um aumento crescente ao longo dos
anos, sendo que estas se associam geralmente a um agravamento do grau de dependência funcional e, consequentemente, a maiores custos a nível socioeconómico. Este trabalho permitiu caracterizar melhor esta população por forma a
adotar uma conduta mais apropriada aquando do seu internamento hospitalar.
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