Albumina como Factor Preditivo de Morbilidade e Mortalidade Hospitalar

Autores

  • Patrícia Vasconcelos Serviço de Medicina III, Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, E.P.E. Amadora. Portugal
  • Gonçalo Atalaia Serviço de Medicina III, Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, E.P.E. Amadora. Portugal
  • Nuno Bragança Serviço de Medicina III, Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, E.P.E. Amadora. Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi.898

Palavras-chave:

Albumina Sérica, Morbilidade, Mortalidade

Resumo

Introdução: A síntese de albumina depende de vários factores
e o seu valor sérico tem sido considerado útil para a identificação de doentes com elevado risco de morbilidade e mortalidade hospitalar.
Objectivo: Avaliar a relação entre o valor de albumina séricana admissão e o risco de morbilidade e mortalidade hospitalar.
Material e Métodos: Estudámos 200 doentes do nosso serviço e agrupamo-los de acordo com os tercis da distribuição
de albumina (T1:<2,8 g/dL; T2: 2,8-3,5 g/dL; T3:>3,5 g/dL), à
data da admissão. Analisámos a relação do valor de albumina com a idade, grau de dependência dos doentes, dias de
internamento e ocorrência de óbitos. A codificação, registo e
análise estatística dos dados foi feita em SPSS® - v19.0.
Resultados: Determinou-se que 92 doentes (46%) apresentavam um valor de albumina < 2,8 g/dL. Os doentes mais
idosos e os mais dependentes apresentavam valores de albumina mais baixos (p<0,001). Utilizando o teste ANOVA,
verificou-se que os doentes que apresentavam valores de albumina mais baixos, permaneceram mais tempo internados
(p=0,02). Aplicando o teste Qui-quadrado para tendência linear, verificou-se uma associação estatisticamente significativa entre o valor de albumina na admissão hospitalar e a ocorrência de óbitos (p=0.001).

Discussão: Embora os resultados sejam estatisticamente significativos, não é possível afirmar que os valores baixos de albumina contribuam, por si só, para estes resultados ou se são apenas um marcador para outros
factores de risco.
Conclusão: Neste estudo, verificou-se que baixos valores de
albumina, na admissão hospitalar, se associam a internamentos mais prolongados e a maior risco de mortalidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Doweiko JP, Nompleggi DJ. Role of albumin in human physiology and pathophysiology. JPEN. 1991;15:207-11.

Whicher J, Spence C. When is serum albumin worth measuring? Ann Clin Biochem. 1987;24:572-80.

Rothschild MA, Oratz M, Schreiber SS. Albumin synthesis. N Engl J Med. 1972;286:748-50.

Camilo ME e Lourenço R. Albumina: da fisiopatologia ao uso terapêutico. Acta Med Port. 1995; 8:299-305.

D´Erasmo E, Pisani D, Ragno A, Romagnoli S, Spagna G, Acca M. Serum albumin level at admission: mortality and clinical outcome in

geriatric patients. Am J Med Sci. 1997;314:17-20.

Sung J, Bochicchio GV, Joshi M, Bochicchio K, Costas A, Tracy K, et al. Admission serum albumin is predicitve of outcome in critically

ill trauma patients. Am Surg. 2004;70:1099-102.

Hannan JL, Radwany SM, Albanese T. In-hospital mortality in patients older than 60 years with very low albumin levels. J Pain

Symptom Manage. 2012;43:631-7.

Jin GX, Li L, Cui SQ, Duan JZ, Wang H. Persistent hypoalbuminemia is a predictor of outcome in cervical spinal cord injury. Spine J.

;14:1902-8.

Chen ZY, Gao C, Ye T, Zuo XZ, Wang GH, Xu XS Yao Y. Association between nutritional risk and routine clinical laboratory measurements and adverse outcomes: a prospective study in hospitalized patients of wuhan tongji hospital. Eur J Clin Nutr. 2015;69:552-7.

Sampaio L. Avaliação nutricional e envelhecimento. Rev Nutr. 2004;17:507-14.

Esperança de vida à nascença por sexo, em Portugal. PORDATA. 2013

Ficheiros Adicionais

Publicado

30-06-2015

Como Citar

1.
Vasconcelos P, Atalaia G, Bragança N. Albumina como Factor Preditivo de Morbilidade e Mortalidade Hospitalar. RPMI [Internet]. 30 de Junho de 2015 [citado 5 de Novembro de 2024];22(2):71-4. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/898

Edição

Secção

Artigos Originais