Satisfação com o Internato de Medicina Interna, o que Pensamos?
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.940Palavras-chave:
Educação Médica, Internato, Mentores, Medicina Interna, QuestionáriosResumo
Introdução: O internato de formação específica é fundamental para a qualidade do exercício da medicina. O presente
estudo pretende identificar determinantes da satisfação com
o internato de Medicina Interna em Portugal.
Material e Métodos: Estudo observacional, transversal, de
carácter analítico recorrendo a um questionário online anónimo. Avaliadas características demográficas dos internos, satisfação com a formação nas várias áreas de atuação, condições e dinâmicas de trabalho.
Resultados: Obtiveram-se 213 questionários válidos (taxa de resposta pelos 28,4%). A média da satisfação com o internato encontra-se nos 4,05/6 (±1,14). Os internos mais insatisfeitos apresentam uma média mais elevada de horas reais
de trabalho (p =0,018) e horas de urgência (p =0,010), pior
ambiente entre internos no serviço (p <0,001) e maior frequência de tomada de decisões para as quais não se sentem
preparados (p <0,001). Foram identificados como preditores
de satisfação com o internato (p <0,001) a satisfação com a
formação no internamento, urgência e consulta externa e a
satisfação com o orientador; justificando 69,0% do modelo
(R2=0,69; R2a=0,68).
Discussão: A qualidade da formação em urgência, a sobrecarga horária e a exposição a situações para as quais não se
sentem preparados são aspetos que contribuem para maior
insatisfação. O modelo preditor identificou a formação na enfermaria, serviço de urgência e consulta externa, assim como
a satisfação com o orientador como elementos chave de um
internato de qualidade.
Conclusão: Os internos de Medicina Interna encontram-se
globalmente satisfeitos. A formação no âmbito da enfermaria,
urgência e consulta externa são importantes focos de atenção para melhorar o internato.
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