Satisfação com o Internato de Medicina Interna, o que Pensamos?

Autores

  • Cristina Teixeira Pinto Serviço de Medicina 1 do Hospital de Faro - Centro Hospitalar do Algarve, Faro, Portugal
  • Ana Pinheiro Sá Serviço de Medicina 1B do Hospital de Santa Maria - Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
  • Rafaela Veríssimo Serviço de Medicina do Hospital de Gaia - Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, Vila Nova de Gaia, Portugal
  • Andreia Vilas-Boas Serviço de Medicina do Hospital Pedro Hispano - Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Matosinhos, Portugal
  • João Firmino Machado Unidade de Saúde Pública Porto Ocidental, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi.940

Palavras-chave:

Educação Médica, Internato, Mentores, Medicina Interna, Questionários

Resumo

Introdução: O internato de formação específica é fundamental para a qualidade do exercício da medicina. O presente
estudo pretende identificar determinantes da satisfação com
o internato de Medicina Interna em Portugal.
Material e Métodos: Estudo observacional, transversal, de
carácter analítico recorrendo a um questionário online anónimo. Avaliadas características demográficas dos internos, satisfação com a formação nas várias áreas de atuação, condições e dinâmicas de trabalho.
Resultados: Obtiveram-se 213 questionários válidos (taxa de resposta pelos 28,4%). A média da satisfação com o internato encontra-se nos 4,05/6 (±1,14). Os internos mais insatisfeitos apresentam uma média mais elevada de horas reais
de trabalho (p =0,018) e horas de urgência (p =0,010), pior
ambiente entre internos no serviço (p <0,001) e maior frequência de tomada de decisões para as quais não se sentem
preparados (p <0,001). Foram identificados como preditores
de satisfação com o internato (p <0,001) a satisfação com a
formação no internamento, urgência e consulta externa e a
satisfação com o orientador; justificando 69,0% do modelo
(R2=0,69; R2a=0,68).
Discussão: A qualidade da formação em urgência, a sobrecarga horária e a exposição a situações para as quais não se
sentem preparados são aspetos que contribuem para maior
insatisfação. O modelo preditor identificou a formação na enfermaria, serviço de urgência e consulta externa, assim como
a satisfação com o orientador como elementos chave de um
internato de qualidade.
Conclusão: Os internos de Medicina Interna encontram-se
globalmente satisfeitos. A formação no âmbito da enfermaria,
urgência e consulta externa são importantes focos de atenção para melhorar o internato.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Peccoralo LA, Tackett S, Ward L, Federman A, Helenius I, Christmas C, Thomas DC. Resident satisfaction with continuity clinic and Career

choice in general internal medicine. J Gen Int Med 2013;28:1020-27.

Sisson S, Boonyasai R, Baker-Genaw K, Silverstein J. Continuity clinic satisfaction and evaluation in residency training. J Gen Int Med

;22:1704-10.

Roff S, McAleer S, Skinner A. Development and validation of an instrument to measure the postgraduate clinical learning and teaching

educational environment for hospital-based junior doctors in the UK. Med Teach 2005;27:326-31.

Vieira J. The postgraduate hospital educational environment measure (PHEEM) questionnaire identifies quality of Instruction as a key factor predicting academic achievement. Clinics 2008;63:741-46.

Riquelme A, Herrera C, Aranis C, Oporto J, Padilla O. psychometric analyses and internal consistency of the PHEEM questionnaire to

measure the clinical learning environment in the clerkship of a medical school in chile. Med Teach 2009;31: e221-25.

Shokoohi S, Hossein Emami A, Mohammadi A, Ahmadi S, Mojtahedzadeh R. Psychometric properties of the postgraduate hospital

educational environment measure in an iranian hospital setting. Med Educ Online 2014;19: e24546.

Shimizu T, Tsugawa Y, Tanoue Y, Konishi R, Nishizaki Y, Kishimoto M,

Shiojiri T, Tokuda Y. The hospital educational environment and performance of residents in the general medicine in-training examination: a

multicenter study in japan. Int J Gen Med 2013;6:637-40.

Hamui Sutton A, Flores Hernández F, Gutiérrez Barreto S, Castro Ramírez S, Lavalle Montalvo C, Vilar Puig P. Correlations between the

dimensions of clinical learning environments from the perspective of medical residents. Gac Med Mex 2014;150:144-53.

Santana S, Cerdeira J. Satisfação no trabalho dos profissionais do aces baixo vouga II. Acta Med Port 2011;24:589-600.

Azevedo A, Domingues B, Moura J, Santos L. Estão os internos satisfeitos com o internato de medicina geral e familiar?. Rev Port Med

Geral Fam 2014;30:24-30.

Vieira, D., I. Viegas, and N. Furtado. Satisfação profissional em médicos da carreira de clínica geral. Acta Med Port 1995;8:531-35.

Pinto da Costa M, Guerra C, Malta R, Moura M, Carvalho S, Mendonça D. Internato de psiquiatria rumo a um futuro global: a perspectiva dos internos em portugal. Acta Med Port 2013;26:357-60.

Klein R. Principles and practice of structural equation modeling. 3rd ed. Nova Iorque: Guilford Publications; 2011.

Ratanawongsa, Neda, Scott M. Wright, and Joseph A. Carrese. Well-being in residency: effects on relationships with patients, interactions

with colleagues, performance, and motivation. Patient Educ Couns 2008;72:194-200.

Garg M, Drolet BC, Tammaro D, Fischer SA. Resident Duty Hours: A survey of internal medicine program directors. Int J Gen Med

;29:1349-54.

Yedidia, M. J., M. D. Schwartz, C. Hirschkorn, and M. Lipkin. “Learners as Teachers: The conflicting roles of medical residents.” Int J

Gen Med 1995;10:615-23.

Lombarts KM, Heineman MJ, Arah OA. Good Clinical teachers likely to be specialist role models: results from a multicenter cross-sectional survey. PLoS One 2010;29:e15202.

Reed DA, Fletcher KE, Arora VM. Systematic review: association of shift length, protected sleep time, and night float with patient care,

residents health, and education. Ann Intern Med 2010;153:829-42

Ficheiros Adicionais

Publicado

30-09-2015

Como Citar

1.
Teixeira Pinto C, Pinheiro Sá A, Veríssimo R, Vilas-Boas A, Firmino Machado J. Satisfação com o Internato de Medicina Interna, o que Pensamos?. RPMI [Internet]. 30 de Setembro de 2015 [citado 26 de Abril de 2024];22(3):125-30. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/940

Edição

Secção

Artigos Originais

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)