Patologia Oncológica no Domicílio: Um Ano de Experiência

Autores

  • Paula Mariano Unidade de Hospitalização Domiciliária, Serviço de Medicina Interna, Hospital Amato Lusitano, Castelo Branco, Portugal https://orcid.org/0000-0001-7051-9770
  • Soraia Silva Unidade de Hospitalização Domiciliária, Serviço de Medicina Interna, Hospital Amato Lusitano, Castelo Branco, Portugal https://orcid.org/0000-0002-6315-060X
  • Maria Eufémia Calmeiro Unidade de Hospitalização Domiciliária, Serviço de Medicina Interna, Hospital Amato Lusitano, Castelo Branco, Portugal https://orcid.org/0000-0002-7209-6481
  • Isabel Antunes Unidade de Hospitalização Domiciliária, Serviço de Medicina Interna, Hospital Amato Lusitano, Castelo Branco, Portugal https://orcid.org/0000-0002-0172-8453
  • Maria Eugénia André Unidade de Hospitalização Domiciliária, Serviço de Medicina Interna, Hospital Amato Lusitano, Castelo Branco, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/O/142/20/4/2020

Palavras-chave:

Febre, Neoplasias, Neutropenia, Serviços Hospitalares de Assistência Domiciliar

Resumo

Introdução: A neoplasia é considerada a segunda doença com maior morbi-mortalidade. Os cuidados de nível hospitalar são muitas vezes inevitáveis. O objetivo da Hospitalização Domiciliária (HD) é de minimizar as complicações hospitalares e proporcionar maior satisfação ao doente e ao familiar/ cuidador.

Material e Métodos: Este artigo relata um ano de experiência de HD da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco no que diz respeito aos doentes com patologia oncológica.

Resultados/Discussão: No primeiro ano de HD, foram internados 99 doentes, sendo que 22,2% (n = 22) tinham patologia oncológica. Sessenta e quatro por cento eram do sexo masculino, média de idade 65,9 anos (±12,8). Tempo médio de internamento foi 6,8 dias (±3,4). Setenta e sete por cento tinham doença oncológica ativa. As principais neoplasias foram: 31,8% pulmão, 22,7% hematológica, 18,1% próstata e 13,6% mama. Destes, 58,8% sob quimioterapia e 17,6% tinham sido submetidos a cirurgia recente ou radioterapia. As principais comorbilidades foram: hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, síndrome da apneia obstrutiva do sono e dor crónica. Os principais motivos de internamento foram: neutropenia febril (36,3%), infeção respiratória (27,2%) e controlo da dor (13,6%). Faleceu um doente, um foi transferido para o hospital e três foram reinternados. Noventa dias após a alta, 63,6% não recorreram ao hospital.

Conclusão: O internamento em doentes com neoplasia é muito comum. Estes têm risco acrescido de adquirirem infeções intra-hospitalares, aumentando a mortalidade. A HD é vantajosa porque reduz as intercorrências e fornece maior qualidade de vida aos doentes, visto estarem a fazer tratamento qualificado na sua própria casa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Handley NR, Bekelman JE. The Oncology Hospital at Home. J Clin Oncol. 2019;37:448-52. doi: 10.1200/JCO.18.01167.

Direção Geral da Saúde. Hospitalização Domiciliária em idade adulta: Norma nº 020/2018 de 20/12/2018. Lisboa: DGS; 2018.

Cunha V, Escarigo MC, Correia J, Nortadas R, Azevedo PC, Beirão P, et al; Hospitalização Domiciliária: Balanço de um Ano da Primeira Unidade Portuguesa; Rev Soc Port Med Intern. VOL.24 | N.º 4 | OUT/DEZ 2017

Guimaraes MD, Bitencourt AG, Marchiori E, Chojniak R, Gross JL, Kundra V. Imaging acute complications in cancer patients: what should be evaluated in the emergency setting? Cancer Imaging. 2014;14:18. doi: 10.1186/1470-7330-14-18.

Cotta RM, Morales Suárez-Varela M, Cotta Filho JS, Llopis González A, Días Ricós JA, Real ER. La hospitalización domiciliaria ante los cambios demográficos y nuevos retos de salud. Rev Panam Salud Publica. 2002;11:253-61. 6.

Atalaia G, Vasconcelos P, Bragança N. Neutropenia febril. Rev Clin Hosp Prof Dr Fernando Fonseca. 2015; 3: 13-9.

Talcott JA, Finberg R, Mayer RJ, Goldman L. The medical course of cancer patients with fever and neutropenia. Clinical identification of a low-risk subgroup at presentation. Arch Intern Med. 1988148:2561-8.

Klastersky J, Paesmans M, Rubenstein EB, Boyer M, Elting L, Feld R. The Multinational Association for Supportive Care in Cancer risk index: A multinational scoring system for identifying low-risk febrile neutropenic cancer patients. J Clin Oncol. 2000;18:3038-51.

Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, Crews J, Gleason C, Hawley DK, et al. Outpatient Management of Fever and Neutropenia in Adults Treated for Malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America Clinical Practice Guideline Update. J Clin Oncol. 2018;36:1443-53. doi: 10.1200/JCO.2017.77.6211.

Hendricks AM, Loggers ET, Talcott JA. Costs of home versus inpatient treatment for fever and neutropenia: analysis of a multicenter randomized trial. J Clin Oncol. 20110;29:3984-9. doi: 10.1200/JCO.2011.35.1247. Erratum in: J Clin Oncol. 2011;29:4847.

Downloads

Publicado

23-09-2021

Como Citar

1.
Mariano P, Silva S, Calmeiro ME, Antunes I, André ME. Patologia Oncológica no Domicílio: Um Ano de Experiência. RPMI [Internet]. 23 de Setembro de 2021 [citado 5 de Novembro de 2024];27(4):302-6. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/99

Edição

Secção

Artigos Originais

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)