A formação e o futuro da Medicina Interna

Resumo

O futuro papel reservado á Medicina Interna tem de ser clarificado, pois só assim se poderá adoptar um modelo de aprendizagem adequa­do. Os extraordinários avanços técnicos ocor­ridos vieram retirar importância ao trabalho de "grande diagnosticador" ou consultor, antes atri­butos fundamentais nas funções do internista. Por outro lado foram adoptadas políticas ten­dentes a colocar o internista em áreas que são pertença dos Cuidados Primários, restringindo­ lhe artificialmente a actividade clínica, mercê da criação de múltiplas especialidades. Estas ra­zões levaram ao decréscimo dos internistas 'ge­rais' aumentando o número de internistas "su­ bespecialistas", por vezes a única forma encon­trada para a evolução na investigação clínica. Para além disso, a falta de contacto com o doen­te no ambulatório, durante o curso de Medicina, também contribui para a não escolha da Medi­cina Interna como carreira futura. Os E.V.A. montaram o seu sistema de saúde baseado es­sencialmente em especialidades e subespeciali­dades, mas pode agora comprovar-se que essa opção é mais cara e não produz melhores re­sultados. O autor apresenta algumas ideias que podem contribuir para a Medicina Interna se tornar mais atractiva.