Sete Anos de Neutropenias Febris num Serviço de Medicina Interna

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi/O/241/18/2/2019

Palavras-chave:

Antibacterianos, Antineoplásicos/efeitos adversos, beta-Lactâmicos, Fator Estimulador de Colónias de Granulócitos, Hospitalização, Neutropenia Febril/induzida quimicamente, Neutropenia Febril Induzida por Quimioterapia

Resumo

Introdução: A neutropenia febril permanece uma complicação grave dos tratamentos de quimioterapia, representa
uma causa importante de morbi-mortalidade e recurso aos
serviços de saúde, e pode comprometer a eficácia dos tratamentos antineoplásicos. Os dados disponíveis na literatura
sobre doentes oncológicos internados por neutropenia febril
são escassos. O objetivo do estudo é a caracterização dos
doentes internados num serviço de Medicina Interna com
neutropenia febril pós-quimioterapia.
Material e Métodos: Estudo observacional transversal decorrido entre janeiro de 2008 e dezembro de 2014 num Serviço
de Medicina Interna. Foram incluídos doentes oncológicos
sob quimioterapia internados com o diagnóstico de neutropenia febril. A colheita dos dados demográficos e clínicos
foi feita a partir dos dados do processo clínico em papel e
informatizado. A análise dos dados foi feita com recurso ao
SPSS versão 23.0.
Resultados: Foram selecionados 187 episódios de internamentos num total de 156 doentes; 54,5% pertenciam ao género masculino e a idade mediana foi de 67 anos. A maioria
dos doentes (63,0%) apresentava doença oncológica em
estadio avançado e 39,0% tinham neutropenia severa. Os
fatores de crescimento foram utilizados em 80,8% dos internamentos. Colheram-se hemoculturas em 77,9% dos episódios com 20,0% de bacteriemias confirmadas; os microrganismos Gram-negativos foram os agentes mais frequentes.
O uso da associação de pelo menos dois antibióticos mostrou uma tendência decrescente e os carbapenemes foram
os mais requisitados. A taxa de mortalidade foi de 17,0%,
dos quais 62,5% apresentavam neutropenia profunda e
75,0% doença oncológica estadio IV.
Conclusão: A criação de protocolos e a sua auditoria permitem avaliar o trabalho realizado no serviço e melhorar os
cuidados de saúde prestados.

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Publicado

18-06-2019

Como Citar

1.
Pinho M, Rodrigues C, Guedes L, Costa Érico, Gonçalves E. Sete Anos de Neutropenias Febris num Serviço de Medicina Interna. RPMI [Internet]. 18 de Junho de 2019 [citado 24 de Abril de 2024];26(2):97-106. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/379

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