Miocardiopatia amilóide – uma entidade de difícil diagnóstico
Palavras-chave:
miocardiopatia restritiva, amiloidose, biopsia endomiocárdica, ressonância magnética cardíaca, realce tardioResumo
Os autores apresentam o caso de um doente de 71 anos, com
antecedentes de hipertensão arterial e diabetes mellitus, admitido
por dispneia e anasarca. O ecocardiograma apresentou dilatação
bi-auricular, hipertrofia severa do ventrículo esquerdo (VE) e
disfunção sistólica ligeira do VE. A tomografia computorizada
abdominal mostrou hepatoesplenomegalia e ascite de grande
volume. Reinternado dois meses depois por agravamento da
sintomatologia. Repetiu ecocardiograma que revelou, de novo, um
fluxo transmitral com padrão de tipo restritivo. O cateterismo cardíaco excluiu doença coronária. A biopsia endomiocárdica revelou
lesões de fibro-elastose e hipertrofia nuclear, sem evidência inicial
de material do tipo amilóide. A ressonância magnética cardíaca
(RMC) revelou hipertrofia bi-ventricular e um padrão de realce
tardio (RT) sugestivo de miocardiopatia infiltrativa (amiloidose).
Realizou biopsia da gordura abdominal que identificou substância
amilóide pelo método do Vermelho do Congo.
O diagnóstico de cardiomiopatia amilóide é difícil. Apesar da
biopsia endomiocárdica ser o gold standard, a RMC tem surgido
como método não-invasivo útil na determinação etiológica das
miocardiopatias pela sua capacidade de caracterização tecidular
através da técnica de RT.
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