Uveíte, sífilis e SIDA

Autores

  • Conceição A. Sousa Assistente Eventual de Medicina, Serviço de Medicina do Hospital de São José, Lisboa
  • Paulo Alves Interno do Internato Geral, Serviço de Medicina do Hospital de São José, Lisboa
  • A. Pinto Ferreira Assistente Hospitalar Graduado em Oftalmologia, Serviço de Medicina do Hospital de São José, Lisboa
  • Conceição Cocco Martins Assistente Hospitalar Graduado em Medicina Interna, Serviço de Medicina do Hospital de São José, Lisboa
  • A. Vital Morgado Director do Serviço de Medicina, Serviço de Medicina do Hospital de São José, Lisboa

Palavras-chave:

uveíte, sífilis, SIDA

Resumo

Os autores apresentam o caso clínico de um
homem de 55 anos com antecedentes de sífilis
primária na juventude e quatro reinfecções
posteriores, a última das quais há dois anos,
adequadamente tratada e com remissão do quadro.
Observado em consulta externa de Oftalmologia,
por olho vermelho, foi-lhe diagnosticada pan-uveíte,
com íris de características sifilíticas (roséola sifilítica).
Na sua avaliação laboratorial salientaram-se:
Venereal Disease Research Laboratory (VDRL)
positivo, Fluorescent Treponemal Antibody
Absorbed Test (FTA-ABS) positivo, Vírus da
Imunodeficiência Humana (VIH-1) positivo.
Internado no Serviço de Medicina, foi submetido
a punção lombar, tendo a análise do liquor revelado
pleocitose, proteinorraquia aumentada,VDRL
negativo, Treponema Pallidum Hemagglutination
Assay (TPHA) positivo e FTA/ABS positivo, aspectos
estes compatíveis com envolvimento sifilítico do SNC.
O diagnóstico de neurosífilis assintomática nos
doentes duplamente infectados é difícil e complexo,
pois fundamenta-se em testes serológicos que não
obedecem ao padrão habitual. A terapêutica é
controversa, devido à recorrência dos quadros
neurológicos após terapêuticas consideradas
adequadas, sendo recomendada vigilância apertada
destes doentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Quaresma MJ, Valadas E, Ferreira JJ. Neurosífilis e Sida. Acta Médica Portuguesa 1995; 8: 313-317.

Katz DA, Berger JR, Duncan RC. Neurosyphilis: a comparative study of the effects of infection with immunodefficiency virus.

Arch Neurol 1993; 50: 243-249.

Levy JH, Liss RH, Maguire W. Neurosyphilis and ocular syphilis in patients with current immunodeficiency virus infection. Retina.

; 9: 175-180.

Shalaby IA, Dunn JP, Semba RD et al. Arch Ophtalmol 1997; 115: 469 - 473.

Stentson S, Friedberg D. AIDS and the eye. New Orleans: Contact Lens Association of Ophtalmology c. 1995,p.

Becera LI, Ksiasek SM, Savino PJ et al. Syphilitic uveitis in human immunodeficiency virus infected and uninfected patients.

Ophtalmology 1989 ; 96 :1727 - 1730.

Musher DM, Hamill RJ, Baughn RD. Effect of immunodefficiency virus infection on the course of syphilis and the response to

treatment. Ann Intern Med 1990 ; 113 : 872 - 881.

Davis LE, Schmitt JW. Clinical significance of cerebrospinal fluid tests for neurosyphilis. Ann Neurol 1989 ; 25 : 50 – 55.

Center for Disease Control: Sexually transmitted diseases treatment guidelines. MMWR 38 (suppl 8 ) : S - S 13 , 1989 Davis LE, Schmitt

JW. Clinical significance of cerebrospinal fluid tests for neurosyphilis. Ann Neurol 1989 ; 25 : 50 - 55.

STD: 1993 - Sexually transmitted disease treatment guideline. MMWR 1993; 42 : RR - 14

Ficheiros Adicionais

Publicado

29-12-2000

Como Citar

1.
A. Sousa C, Alves P, Pinto Ferreira A, Cocco Martins C, Vital Morgado A. Uveíte, sífilis e SIDA. RPMI [Internet]. 29 de Dezembro de 2000 [citado 22 de Novembro de 2024];7(4):215-8. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/2010

Edição

Secção

Casos Clínicos

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)