Uveíte, sífilis e SIDA
Palavras-chave:
uveíte, sífilis, SIDAResumo
Os autores apresentam o caso clínico de um
homem de 55 anos com antecedentes de sífilis
primária na juventude e quatro reinfecções
posteriores, a última das quais há dois anos,
adequadamente tratada e com remissão do quadro.
Observado em consulta externa de Oftalmologia,
por olho vermelho, foi-lhe diagnosticada pan-uveíte,
com íris de características sifilíticas (roséola sifilítica).
Na sua avaliação laboratorial salientaram-se:
Venereal Disease Research Laboratory (VDRL)
positivo, Fluorescent Treponemal Antibody
Absorbed Test (FTA-ABS) positivo, Vírus da
Imunodeficiência Humana (VIH-1) positivo.
Internado no Serviço de Medicina, foi submetido
a punção lombar, tendo a análise do liquor revelado
pleocitose, proteinorraquia aumentada,VDRL
negativo, Treponema Pallidum Hemagglutination
Assay (TPHA) positivo e FTA/ABS positivo, aspectos
estes compatíveis com envolvimento sifilítico do SNC.
O diagnóstico de neurosífilis assintomática nos
doentes duplamente infectados é difícil e complexo,
pois fundamenta-se em testes serológicos que não
obedecem ao padrão habitual. A terapêutica é
controversa, devido à recorrência dos quadros
neurológicos após terapêuticas consideradas
adequadas, sendo recomendada vigilância apertada
destes doentes.
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