Hepatite isquémica em Cuidados Intensivos
Palavras-chave:
hepatite isquémica, enzimologia hepática, lesão isquémia-reperfusãoResumo
A hepatite isquémica é uma complicação clínica e laboratorial, observada em Cuidados Intensivos, associada a situações de hipotensão grave e/ou hipoxemia. Caracteriza-se pela elevação rápida e marcada das aminotransferases séricas, com "pico" nas primeiras 12-24 horas, seguida de normalização, igualmente rápida, geralmente nos 10 dias seguintes. Os autores estudaram retrospectivamente, numa Unidade de Cuidados Intensivos de nível III, a prevalência, características clínicas e evolução desta entidade, avaliando da sua influência no prognóstico do doente.
Procedeu-se à avaliação dos seguintes parâmetros, no período de 5 dias antes do atingimento do valor máximo das aminotransferases: hemoglobina, ácido láctico, pH sérico e paO2.
Registou-se o valor máximo e dia de normalização da alaninoaminotransferase ( ALT), aspartato aminotransferase ( AST), desidrogenase láctica (LDH), bilirrubinas, taxa de protrombina e creatinina.
Considerou-se o diagnóstico de hepatite isquémica na presença de elevação da AST ou ALT igual ou superior a 10 vezes o valor de referência.
Num período de 5 anos e 3 meses, preencheram os critérios definidos de hepatite isquémica 40 doentes - prevalência 2,8% {23 do sexo masculino, 17 da sexo feminino, com idade média de 64,9 anos). A hepatite isquémica surgiu em doentes com Índices de Gravidade (APACHE II e SAPS I) e cargas de trabalho (TISS) elevadas. A hipoxemia e a hipoperfusão determinaram elevações enzimáticas e, no caso da hipoperfusão, diminuição da taxa de protrombina. Dos parâmetros estudados, a taxa de protrombina foi o único a mostrar relação com a mortalidade.
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