Intoxicação Aguda por Ferro: Uma Entidade Frequentemente Subvalorizada
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi/CC211/16/2017Palavras-chave:
Compostos Ferrosos/intoxicação, Desferroxamina/ uso terapêutico, Ferro/intoxicação, Intoxicação medicamentosa voluntáriaResumo
A intoxicação aguda por ferro é comum e constitui um problema
potencialmente grave. O seu reconhecimento precoce
é crucial para um melhor prognóstico. É classificada como
leve, moderada e grave, consoante a clínica e doseamento
de ferro sérico. Relata-se o caso de uma jovem de 18 anos,
com intoxicação voluntária de 25 comprimidos de sulfato
ferroso 329,7 mg. Apresentou-se com náuseas, vómito com
inúmeros comprimidos e dor abdominal difusa. Sem alterações
ao exame objetivo. Foi monitorizada, iniciou fluidoterapia,
não tendo realizado lavagem gástrica. Analiticamente
com ferro sérico 537 ug/dL, saturação transferrina 131,3% e
radiografia abdominal com presença de comprimidos radiopacos
na câmara gástrica. Por apresentar intoxicação grave
por ferro iniciou Desferroxamina, com normalização dos valores
de ferro sérico. Teve alta após avaliação por Psiquiatria.
Os autores trazem a discussão deste caso clínico por
se tratar de uma intoxicação frequentemente desvalorizada,
cujas complicações são muitas vezes desconhecidas.
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