Contextualizando a Elevada Prevalência de Anemia na População Portuguesa: Perceção, Caracterização e Preditores: Um Sub-Estudo do EMPIRE
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.838Palavras-chave:
Ácido Fólico, Anemia/tratamento, Anemia Ferropénica, Ferro/deficiência, Portugal, Prevalência, Factores de Risco, Vitamina B12Resumo
Introdução: A anemia é um problema de saúde pública,
com impacto negativo na qualidade de vida. Pretendemos
avaliar a perceção do diagnóstico de anemia na população
portuguesa bem como as suas características e identificar
preditores de risco.
Material e Métodos: Estudo epidemiológico transversal envolvendo
amostra de 7890 adultos representativos da população
portuguesa. Foram inquiridos sobre características
demográficas, antropométricas, clínicas e sua perceção relativamente
ao diagnóstico de anemia. Determinámos níveis
séricos de hemoglobina, ferritina, creatinina por point-of-care.
A anemia foi classificada segundo critérios da Organização
Mundial de Saúde.
Resultados: Apesar duma prevalência de anemia estimada
em 20,6% em Portugal (estudo EMPIRE), apenas 10,2% dos
participantes referiram já lhes ter sido diagnosticada anemia.
A perceção de anemia foi mais elevada na região de Lisboa
e Vale do Tejo (20,6%). Foi referida como sendo sobretudo
carencial (57,7%) e ferropénica (52,7%). Apenas 52,6% dos
participantes a quem já fora diagnosticada anemia reportou
ter realizado tratamento, sendo a suplementação de ferro o
tratamento mais comum. Aquando do estudo, apenas 0,8%
dos participantes com anemia “medida” realizava tratamento
dirigido. Identificaram-se como preditores de risco: género
feminino, idade ≥ 80 anos, dieta vegetariana, situação profissional “estudante”, medicação com anticoagulantes ou protetores
gástricos, insuficiência renal e presença de ferropénia.
Discussão e Conclusões: Apesar da anemia afetar aproximadamente
um em cada cinco portugueses, a perceção de
doença é preocupantemente baixa, sugerindo uma elevada
taxa de casos não diagnosticados/não tratados, sendo por
isso urgente desenvolver estratégias para melhorar o conhecimento
desta situação, especialmente nos grupos identificados
como sendo de maior risco.
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