Tromboprofilaxia venosa e adesão a recomendações institucionais – Um estudo de corte transversal
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.976Palavras-chave:
.Resumo
O tromboembolismo venoso (TEV) constitui uma complicação
importante dos internamentos hospitalares. Numa tentativa de
minimizar o risco acrescido nestes doentes, estão recomendadas
medidas profiláticas com eficácia comprovada na prevenção do
TEV. As recomendações internacionais há muito que generalizaram a sua utilização tanto nos doentes cirúrgicos como nos
doentes médicos, no entanto a literatura internacional continua
a reportar a pouca adesão às mesmas.
Os autores avaliaram a adesão ao Procedimento para Prevenção
de Tromboembolias Venosas no Centro Hospitalar de Setúbal,
EPE; três anos após a sua implementação na instituição. Para
isso realizou-se um estudo de corte transversal e foi efectuada a
análise de processos clínicos de doentes em regime de internamento nos vários departamentos do hospital. Para cada doente
foram avaliados o risco individual de TEV e o cumprimento das
recomendações do Procedimento para Prevenção de Tromboembolias Venosas no Centro Hospitalar de Setúbal, EPE.
Dos 234 doentes internados no Centro Hospitalar, 25 foram
excluídos. Os doentes foram avaliados dentro dos grupos de
patologia médica ou cirúrgica. Dos 209 doentes estudados;
80,4% apresentavam risco moderado a elevado de TEV. A taxa
de adesão ao procedimento hospitalar foi: 75,3% e 86,6%, em
doentes com patologia médica e cirúrgica, respectivamente. Estes
valores encontram-se acima do observado em estudos nacionais
anteriores. No entanto nos doentes com risco de TEV e com
contra-indicações para utilização de profilaxia medicamentosa
apenas 9,7% efectuam profilaxia mecânica o que constitui um
importante campo de melhoria futura.
Palavras chave: Tromboembolismo venoso, trombose venosa
profunda, embolia pulmonar, profilaxia, heparina de baixo peso molecular.
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