Síndrome antifosfolípida primária – estudo retrospectivo de 29 doentes de uma Unidade de Doenças Auto-imunes
Palavras-chave:
síndrome antifosfolípida, anticardiolipina, auto-anticorpos, anticoagolante lúpicoResumo
Os autores apresentam um estudo retrospectivo de 29 doentes
com síndrome antifosfolípida primária, 22 do sexo feminino e
sete do sexo masculino. Idade média da série foi de 34,4 anos
(20-57 anos). A idade média na altura do diagnóstico foi de
30,7 (20-53 anos) anos. Os resultados analíticos mostraram
anticorpos anticardiolipina positivos em 27- doentes (93%),
anti-ß2-glicoproteína 1 em 25 (86%) e anticoagulante lúpico em
22 (76%). As principais manifestações foram o enfarte agudo de
miocárdio em dois doentes, tromboembolismo pulmonar noutros
dois, um doente apresentou trombose mesentérica, numa doente
verificou-se a existência de trombose do seio venoso, ocorreram
21 perdas fetais em 10 doentes (86% ocorreran durante o 2º
e 3º trimestres) e 13 doentes desenvolveram trombose venosa
profunda. Outras manifestações clínicas observadas foram a
trombocitopenia em seis doentes, livedo reticularis em quatro,
anemia em três, enxaqueca em três e um doente apresentou
um evento isquémico transitório. Em quatro doentes ocorreram
gravidezes com sucesso. Em três doentes foram documentadas
tromboses recorrentes (dois doentes com trombose venosa profunda e um com tromboembolismo pulmonar) apesar da terapêutica anticoagulante. As manifestações iniciais mais frequentes
da síndrome antifosfolípida foram a trombose venosa profunda
(44,8%) e o aborto (34,5%). Durante o follow-up de 29 meses
(3-29 meses, média de 14 meses) nenhum doente desenvolveu
lupus eritematoso sistémico (LES) ou outra doença auto-imune.
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