Protocolo de Atuação Rápida da Dor Torácica Aguda: Experiência Obtida num Hospital do Alentejo
DOI:
https://doi.org/10.24950/O/235/20/3/2021Palavras-chave:
Doenças Cardiovasculares, Dor Torácica, Enfarte do Miocárdio, Procedimentos Clínicos, Serviço de Urgência HospitalarResumo
Introdução: Com vista à redução da mortalidade associada ao enfarte agudo do miocárdio (EAM), foi implementada a nível nacional, em 2007, a Via Verde Coronária (VVC). Existem poucos estudos sobre o desempenho destes protocolos a nível intra-hospitalar e, por isso, pretende-se caracterizar os principais diagnósticos dos doentes incluídos na VVC e avaliar a proporção de casos de EAM.
Material e Métodos: Foi realizado um estudo observacional retrospetivo no serviço de urgência de um hospital do Alentejo (06/2017-05/2018). Foram incluídos doentes com ≥ 18 anos e que apresentassem sintomas sugestivos de EAM. Os principais diagnósticos foram retirados dos processos clínicos e calculou-se a proporção de casos admitidos com EAM. Realizou- se análise estatística uni e bi-variada (IBM SPSS v.27.0).
Resultados: Foram incluídos 338 doentes: 56,5% (n = 191) eram homens e a idade média foi 63,9 ± 15,1 {19;96} anos. A maioria dos diagnósticos estabelecidos classificaram- -se como enquadrados no sistema circulatório (61,2%, n = 207). A proporção do EAM foi de 27,2% (n = 92/338). Foram observados significativamente mais fatores de risco cardiovascular nos doentes com EAM, comparativamente aos doentes sem EAM (2,83 ± 1,54 vs 2,06 ± 1,49 fatores de risco/doente, respetivamente; p < 0,001) e em doentes com EAM sem elevação do segmento ST e EAM com elevação do segmento ST (3,25±1,36 vs 1,81 ± 1,50 fatores de risco/doente, respetivamente; p < 0,001). Os doentes com diagnóstico de EAM registaram um tempo de dor significativamente inferior aos doentes sem EAM (6,24 ± 9,08 vs 10,53 ± 18,23 horas de dor, respetivamente; p = 0,032).
Conclusão: A maioria dos diagnósticos nos doentes da VVC foi do sistema circulatório e cerca de um quarto apresentaram EAM.
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