Alimentação na Demência Avançada: Documento de Consenso da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica

Autores

  • Ana Pessoa Serviço de Medicina, Centro Hospitalar do Médio Ave, Vila Nova de Famalicão, Portugal; Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica https://orcid.org/0000-0002-6881-1657
  • Paulo Almeida Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Aveiro, Portugal; Núcleo de Estudos de Geriatria, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna https://orcid.org/0000-0002-4879-559X
  • Ricardo Marinho Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica; Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Porto, Portugal; Núcleo de Estudos de Nutrição Clínica, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna https://orcid.org/0000-0001-7091-3911
  • Sofia Duque Núcleo de Estudos de Geriatria, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna; Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Lisboa, Portugal https://orcid.org/0000-0001-9273-5650
  • Teresa F. Amaral Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica; Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, Universidade do Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-3998-6730
  • João Pinho Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica; Serviço de Nutrição, Centro Hospitalar do Médio Ave, Vila Nova de Famalicão, Portugal https://orcid.org/0000-0002-3047-2848
  • Mariana Santos Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica https://orcid.org/0000-0003-0161-4568
  • Elga Freire Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Porto, Portugal; Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna https://orcid.org/0000-0002-4081-8312
  • Lino Mendes Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica; Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Lisboa, Portugal https://orcid.org/0000-0002-7237-6272
  • Lèlita Santos Núcleo de Estudos de Nutrição Clínica, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna; Serviço de Medicina, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal; Sociedade Portuguesa de Medicina Interna https://orcid.org/0000-0002-0761-5097
  • Aníbal Marinho Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica; Núcleo de Estudos de Nutrição Clínica, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna; Serviço de Medicina Intensiva, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0002-9160-8649
  • João Gorjão Clara Núcleo de Estudos de Geriatria, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna; Hospital CUF Descobertas, Lisboa, Portugal https://orcid.org/0000-0003-4553-6928
  • João Araújo Correia Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Porto, Portugal; Sociedade Portuguesa de Medicina Interna https://orcid.org/0000-0002-6742-3900

DOI:

https://doi.org/10.24950/Guidelines/Consensus/1/2020

Palavras-chave:

Cuidados Paliativos, Demência, Envelhecimento, Idoso, Ingestão de Alimentos, Métodos de Alimentação

Resumo

A demência é uma síndrome neurológica de agravamento progressivo, sem cura, cuja prevalência tem vindo a aumentar devido ao envelhecimento da população. Existe um grande desconhecimento entre profissionais de saúde e cuidadores relativamente à melhor abordagem da alimentação nos doentes com demência avançada. Dado não existirem recomendações nacionais acerca deste tema, foi elaborado um documento de consenso da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica que explicita as orientações existentes relativas à abordagem dos problemas alimentares nos doentes com demência avançada.

A demência avançada é uma condição terminal em que deve ser privilegiado o conforto do doente, frequentemente acamado, incapaz de comunicar verbalmente e com dificuldade na alimentação. Nesta população, a literatura atual não recomenda o uso de alimentação por sonda (nasogástrica, nasojejunal, gastrostomia percutânea ou jejunostomia percutânea), que está associada a maior risco de infeção, maior utilização de meios de contenção e de- senvolvimento de úlceras de decúbito. Como alternativa, recomenda-se a alimentação por via oral de acordo com a tolerância e vontade do doente (alimentação de conforto). Do ponto de vista ético e legal, é legítimo não proceder à artificialização da alimentação na fase terminal da demência caso este procedimento seja contrário aos valores da pessoa e não se objetivem benefícios. Esta decisão deve ser tomada após discussão multidisciplinar incluindo o doente (se possível), representante legal, cuidadores, família e equipa de profissionais de saúde envolvidos, elaborando um plano individual de cuidados que permita a tomada de decisões no melhor interesse do doente.

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Carneiro A, Carneiro R, Freire E. Parecer do Núcleo de Estudos em Bioética da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna "Alimentação na demência avançada". 2020 (in press)

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Publicado

08-12-2021

Como Citar

1.
Pessoa A, Almeida P, Marinho R, Duque S, F. Amaral T, Pinho J, Santos M, Freire E, Mendes L, Santos L, Marinho A, Gorjão Clara J, Araújo Correia J. Alimentação na Demência Avançada: Documento de Consenso da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica. RPMI [Internet]. 8 de Dezembro de 2021 [citado 18 de Dezembro de 2024];27(1):80-8. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/193

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