Serão os Doentes da Medicina Interna Candidatos à Estratégia COMPASS? Perceções da Consulta de Medicina Interna
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.2176Palavras-chave:
Aspirina/uso terapêutico, Doença Artéria Coronária/tratamento farmacológico, Doença Arterial Periférica/ tratamento farmacológico, Rivaroxabana/uso terapêuticoResumo
Introdução: O nosso objetivo foi avaliar se os doentes
seguidos em consulta de Medicina Interna são elegíveis
para a estratégia do estudo COMPASS (dose baixa de rivaroxabano bidiária e ácido acetilsalicílico diário), detalhar os seus critérios de inclusão e de exclusão e definir a frequência de doentes que já se encontravam sob esta estratégia terapêutica.
Métodos: Estudo observacional, retrospetivo e transversal
realizado num departamento de medicina interna de um hospital universitário e terciário. Durante um período de
um mês, consultámos todos os registos médicos eletrónicos das consultas de Medicina Interna para avaliar quais os doentes que apresentavam critérios de inclusão e exclusão do estudo COMPASS.
Resultados: Dos 228 doentes, 40 (17,5%) preenchiam os critérios de inclusão do estudo COMPASS. Doze (30,0%)
tinham doença arterial coronária, 21 (52,5%) tinham doença
arterial periférica e 6 (1,5%) tinham ambas. Um doente já se
encontrava sob a estratégia. Dos que preenchiam os critérios de inclusão, 70,0% (n = 28) apresentavam, pelo menos, um critério de exclusão. O mais frequente era a anticoagulação oral (principalmente para o tratamento da fibrilhação atrial), seguido pela terapêutica antiplaquetária sem ácido acetilsalicílico.
Conclusão: O número de doentes seguido em consulta
de Medicina Interna elegíveis para beneficiar da estratégia
do estudo COMPASS é relevante. Os internistas devem
estar despertos para os critérios de inclusão e exclusão
desta nova estratégia de prevenção para aplicá-la prontamente na prática clínica.
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