Doenças cerebrovasculares - Experiência de um servicço de Medicina Interna durante 8 anos (1986 - 1993)

Autores

  • Luz Reis Brazão Internos do Internato Complementar de Medicina Interna, Centro Hospitalar do Funchal
  • Rita Graça Vieira Internos do Internato Complementar de Medicina Interna, Centro Hospitalar do Funchal
  • José Júlio Nóbrega Internos do Internato Complementar de Medicina Interna, Centro Hospitalar do Funchal
  • Decla Freitas Assistente Hospitalar de Medicina Interna Centro Hospitalar do Funchal
  • Ana Paula Reis Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Centro Hospitalar do Funchal
  • José Luís Andrade Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Centro Hospitalar do Funchal
  • Chaves Teixeira Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Centro Hospitalar do Funchal
  • João Tranquada Chefe de Serviço de Medicina I, Centro Hospitalar do Funchal
  • Jorge Nóbrega Araújo Director do Serviço de Medicina 1, Centro Hospitalar do Funchal

Palavras-chave:

.

Resumo

Objectivo: Avaliar a experiência de um ser­viço de Medicina Interna em Doenças Cerebro­vasculares (D.C.V.) realçando a importância dos factores de risco associados a estas do­enças.

Tipo de estudo: Estudo retrospectivo do ser­viço de Medicina I do Centro Hospitalar do Funchai (C.H.F.) durante 8 anos compreendidos entre 1986 e 1993.

Local: serviço de Medicina I do C.H.F. - Ma­deira.

Doentes: Foram submetidos a revisão, os pro­cessos clínicos de 1373 doentes internados com o diagnóstico de D.C.V. e avaliados os seguin­tes parâmetros:

Distribuição por sexo, anos e estações do ano, factores de risco individuais (hipertensão arterial (HTA), diabetes, hiperlipidémia e doenças cardiovasculares), localização das D.C.V., tipo de D.C.V., morbilidade e mortali­dade.

Intervenções: Desde 1992 foi administrado aos nossos doentes, a nimodipina na dose de 240mg P.O./dia nas hemorragias subaracnoi­deias, e de 120mg/dia, nas D.C.V. de etiologia isquémica.

Resultados: O nosso trabalho mostrou uma maior incidência no sexo feminino e no grupo etário compreendido entre os 71 e os 80 anos.

O maior número de D.C.V. ocorreu durante os meses de Inverno e Verão.

A HTA e a hipercolesterolémia foram os factores de risco mais frequentes, repre­sentando respectivamente 67,3% e 41% do total.

O hemisfério cerebral esquerdo foi o mais envolvido e as D.C.V. de etiologia isquémica, foram as mais frequentes representando 78,2% do total de casos estudados.

A mortalidade global foi de 17,9% e salienta­mos que ao longo dos 8 anos estudados assis­tiu-se a uma redução progressiva da mortali­ dade mais evidente desde 1992.

Conclusões: s D.CV.foram as patologias que mais motivaram internamentos no nosso ser­ viço durante o período referido.

Tendo em conta a importância dosfactores de risco nos doentes estudados, queríamos salientar que a incidência das D.C.V. poderá ser reduzida se todos nós médicos colaborar­mos no sentido de uma melhor prevenção de alguns factores de risco associados a estas doenças, nomeadamente a H.T.A., dislipidémia e diabetes mellitus.

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Referências

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Ficheiros Adicionais

Publicado

30-06-1994

Como Citar

1.
Reis Brazão L, Graça Vieira R, Nóbrega JJ, Freitas D, Reis AP, Andrade JL, Teixeira C, Tranquada J, Nóbrega Araújo J. Doenças cerebrovasculares - Experiência de um servicço de Medicina Interna durante 8 anos (1986 - 1993). RPMI [Internet]. 30 de Junho de 1994 [citado 27 de Abril de 2024];1(2):90-8. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/2447

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