Estudo Populacional das Prioridades Verde e Azul num Serviço de Urgência
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.2512Palavras-chave:
Admissão de Doentes, Alta do Doente, Mau Uso de Serviços de Saúde, Serviço de Urgência Hospitalar, TriagemResumo
Introdução: A gestão do Serviço de Urgência Geral (SUG)
é complexa e multifatorial, com um influxo crescente de utentes, levando a sobrelotação hospitalar, com maiores tempos de espera, desgaste profissional e menor qualidade de cuidados. Cerca de 43% dos casos em Portugal são classificados como admissões não urgentes e pouco urgentes.
Métodos: Este estudo observacional retrospetivo foi realizado no SUG de um hospital distrital de Portugal, de outubro de 2018 a maio de 2019. Foram incluídos adultos com prioridade verde e azul na triagem. O destino na alta e o número de admissões à urgência foram analisados, com associações examinadas em relação à idade, modo de proveniência, ativação de via azul e acesso a cuidados de saúde primários.
Resultados: Incluímos 41 066 episódios, a maioria deles
com prioridade verde (99,9%). A maioria dos doentes, 98,8%, teve alta para cuidados ambulatórios. Os frequent flyers (≥ 4 admissões) constituíam 3,3% dos doentes e os high users (≥ 10 admissões) 0,3%. A análise mostrou associações significativas entre o destino à data de alta com a idade, com a proveniência e com a ativação da via azul (p <0,001). Houve ainda uma associação estatisticamente muito significativa entre o número de admissões e a idade (p <0,001) e o número de admissões e a capacidade de acesso aos CSP (p <0,001).
Conclusão: O estudo destaca a importância de vários fatores no destino dos doentes, mostrando uma forte associação entre a idade e a probabilidade de internamento. Além disso, a forma de chegada ao SUG e a ativação da via azul também se associam com o destino do doente. No entanto, são necessários mais estudos para entender os problemas sistémicos do SUG.
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