Ventilação Não Invasiva: Como Identificar a Resposta Terapêutica?
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi/O/17/19/2/2019Palavras-chave:
Insuficiência Respiratória, Respiração Artificial, Resultado do Tratamento, Ventilação Não Invasiva/ tratamentoResumo
Introdução: A ventilação mecânica não invasiva tem-se sedimentado como uma opção terapêutica de sucesso na insuficiência respiratória, permitindo reduzir as complicações
associadas à ventilação mecânica invasiva e melhorar a sobrevivência hospitalar.
O objectivo do estudo foi caracterizar uma população de
doentes que necessitou de ventilação mecânica não invasiva numa Unidade de Cuidados Intermédios e identificar
possíveis indicadores preditivos de resposta à terapêutica.
Métodos: Estudo prospectivo observacional realizado durante 6 meses que incluiu doentes com insuficiência respiratória hipercápnica e/ou hipoxémica e que necessitaram de
ventilação mecânica não invasiva.
Resultados: Identificados 34 de um universo de 128 doentes, idade média 77 anos, 71% do sexo masculino. Score
SAPS II e índice de Charlson médios de 46 e 7, respectivamente. Em 22 doentes a ventilação mecânica não invasiva
foi iniciada no Serviço de Urgência, em 6 na unidade e nos
restantes 6 na enfermaria. Principais motivos para a sua introdução: edema agudo do pulmão cardiogénico (50%) e
doença pulmonar obstrutiva crónica agudizada (26%). A
taxa de falência terapêutica foi de 29%. Após 24 horas de
ventilação mecânica não invasiva, as diferenças encontradas entre os grupos resposta e falência terapêutica foram
estatisticamente significativas (pH 7,37 vs 7,32; p < 0,05).
A variação do pH nas primeiras horas parece associar-se a
uma melhor capacidade de avaliar a resposta à ventilação
mecânica não invasiva (0,894; p = 0,001).
Conclusão: A ventilação mecânica não invasiva permite
reduzir a morbi/mortalidade dos doentes através de uma
estreita monitorização clínica e gasimétrica. A variação do
pH parece ser o melhor preditor da resposta, permitindo o
reconhecimento precoce da falência terapêutica e facilitar,
antecipadamente, o recurso a outras opções terapêuticas.
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