Estudo de Prevalência do Fenómeno de Raynaud na Região do Grande Porto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi/original/185/4/2018

Palavras-chave:

Doença de Raynaud/complicações, Doença de Raynaud/diagnóstico, Doença de Raynaud/epidemiologia, Portugal, Prevalência

Resumo

Introdução: O fenómeno de Raynaud (FR) caracteriza-se por alterações da cor da pele das extremidades em resposta ao frio ou ao stress emocional. Não se conhece a sua prevalência em Portugal.

Material e Métodos: Estudo epidemiológico transversal. Foi aplicado um inquérito a 663 indivíduos, de ambos os géneros, com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos, residentes no Grande Porto. Estudou-se a associação entre FR e idade, género, estado civil, concelho de residência, atividade profissional, exposição ocupacional a químicos, máquinas com vibração e sistemas de refrigeração. Caracterizaram-se os indivíduos com FR de acordo com os critérios da UK Scleroderma Study Group (critério A) e aplicando a escala de cores de Maricq (critério A+B). Na análise estatística utilizaram-se os testes qui-quadrado com correção de Yates e de McNemar. Considerou-se um nível de significância de p < 0,05.

Resultados: Segundo o critério A, a prevalência do FR foi de 4,5% (5,6% nas mulheres versus 2,3% nos homens). Aplicando o critério A+B, a prevalência do FR foi de 1,7% (2,0% nas mulheres versus 0,9% nos homens). Apenas a exposição ocupacional a químicos mostrou associação estatisticamente significativa com a prevalência do FR. Das três cores que caracterizam o FR, a cor branca foi a que obteve significância estatística, independentemente dos critérios aplicados.

Conclusão: Em função dos critérios utilizados, no Grande Porto a prevalência do FR variou entre 1,7% e 4,5%. Contrariamente à literatura, a idade, o género, a exposição ocupacional a máquinas com vibração e a sistemas de refrigeração não apresentaram associação com o FR

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Gayraud M. Raynaud´s phenomenon. Joint Bone Spine. 2007;74:e1-e8.

Handa R, Kumar U, Pandey RM, Aggarwal P, Biswas A, Wali JP. Raynaud’s phenomenon – a prospective study. JIACM. 2002;3:35-8.

Reilly A, Snyder B. Raynaud Phenomenon. Am J Nurs. 2005;105:56-65.

Bowling JC, Dowd PM. Raynaud´s disease. Lancet. 2003;361:2078-80.

Sunderkötter C, Riemekasten G. Pathophysiology and clinical consequences of Raynaud´s phenomenon related to systemic sclerosis. Rheumatology. 2006;45Suppl 3:iii33-iii5.

Cooke JP, Marshall JM. Mechanisms of Raynaud’s disease. Vasc Med. 2005;10:293-307.

Belch J. Raynaud’s phenomenon. Cardiovasc Res. 1997;33:25-30.

Nagata C, Yoshida H, Mirbod SM, Komura Y, Fujita S, Inaba R, et al. Cutaneous signs (Raynaud’s phenomenon, sclerodactylia, and edema of the hands) and hand-arm vibration exposure. Int Arch Occup Environ Health. 1993;64:587-91.

Block JA, Sequeira W. Raynaud´s phenomenon. Lancet. 2001;357:2042-8.

Ho M, Belch JJ. Raynaud´s phenomenon: state of the art 1998. Scand J Rheumatol. 1998;27:319-22.

Grassi W, De Angelis R, Lapadula G, Leardini G, Scarpa R. Clinical diagnosis found in patients with Raynaud’s phenomenon: a multicentre study. Rheumatol Int. 1998;18:17-20.

Ziegler S, Brunner M, Eigenbauer E, Minar E. Long-term outcome of primary Raynaud´s phenomenon and its conversion to connective tissue disease: a 12-year retrospective patient analysis. Scand J Rheumatol. 2003;32:343-7.

Suter LG, Murabito JM, Felson DT, Fraenkel. The incidence and natural history of Raynaud’s phenomenon in the community. Arthritis Rheum. 2005;52:1259-63. doi: 10.1002/art.20988.

Hirschl M, Hirschl K, Lenz M, Katzenschlager R, Hutter HP, Kundi M. Transition from primary Raynaud’s phenomenon to secondary Raynaud’s phenomenon identified by diagnosis of an associated disease. Arthritis Rheum. 2006;54:1974-81. doi: 10.1002/art.21912.

De Angelis R, Del Medico P, Blasetti P, Cervini C. Raynaud’s phenomenon: clinical spectrum of 118 patients. Clin Rheumatol. 2003;22:279-84.

Spencer-Green G. Outcomes in primary Raynaud phenomenon: a meta- -analysis of the frequency, rates, and predictors of transition to secondary diseases. Arch Intern Med. 1998;158:595-600.

Matucci-Cerinic M, Allanore Y, Czirják L, Tyndall A, Müller-Ladner U, Denton C, et al. The challenge of early systemic sclerosis for the EULAR Scleroderma Trial and Research group (EUSTAR) community. It is time to cut the Gordian knot and develop a prevention or rescue strategy. Ann Rheum Dis. 2009;68:1377-80. doi: 10.1136/ard.2008.106302.

De Angelis R, Salaffi F, Grassi W. Raynaud´s phenomenon: prevalence in an Italian population sample. Clin Rheumatol. 2006;25:506-10. doi: 10.1007/ s10067-005-0077-1.

Leppert J, Aberg H, Ringqvist I, Sörensson S. Raynaud´s phenomenon in a female population: prevalence and association with other conditions. Angiology. 1987;38:871-7.

Silman A, Holligan S, Brennan P, Maddison P. Prevalence of symptoms of Raynaud´s phenomenon in general practice. BMJ. 1990;301:590-2.

Voulgari PV, Alamanos Y, Papazisi D, Christou K, Papanikolaou C, Drosos AA. Prevalence of Raynaud´s phenomenon in a healthy Greek population. Ann Rheum Dis. 2000;59:206-210.

Onbaşi K, Sahin I, Onbaşi O, Ustün Y, Koca D. Raynaud´s phenomenon in a healthy Turkish population. Clin Rheumatol. 2005;24:365-9. doi: 10.1007/ s10067-004-1045-x.

Çakir N, Pamuk ON, Dönmez S, Barutçu A, Diril H, Odabaş E, Kiliçcigil V. Prevalence of Raynaud´s phenomenon in healthy Turkish medical students and hospital personnel. Rheumatol Int. 2008;29:185-8. doi: 10.1007/s00296- 008-0666-9.

Purdie G, Harrison A, Purdie D. Prevalence of Raynaud’s phenomenon in the adult New Zealand population. N Z Med J. 2009;122:55-62.

Maricq HR, Weinrich M. Diagnosis of Raynaud’s phenomenon assisted by color charts. J Rheumatol. 1988;15:454-9.

Fraenkel L. Raynaud´s phenomenon: epidemiology and risk factors. Curr Rheumatol Rep. 2002;4:123-8.

Fraenkel L, Zhang Y, Chaisson CE, Maricq HR, Evans SR, Brand F, et al. Different factors influencing the expression of Raynaud´s phenomenon in men and women. Arthritis Rheum. 1999;42:306-10.

Freedman RR, Mayes MD. Family aggregation of primary Raynaud’s disease. Arthritis Rheum.1996;39:1189-91.

Downloads

Publicado

01-04-2022

Como Citar

1.
V. Bertão M, A.Fonseca T, Reis ME, Lima M, Silva I, Vasconcelos C. Estudo de Prevalência do Fenómeno de Raynaud na Região do Grande Porto. RPMI [Internet]. 1 de Abril de 2022 [citado 18 de Abril de 2024];25(4):268-74. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/495

Edição

Secção

Artigos Originais

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)