O momento da morte no internamento de Medicina Interna

Autores

  • Luísa Magalhães Serviço de Medicina do Hospital Geral de Santo António, Porto
  • Arlindo Guimas Serviço de Medicina do Hospital Geral de Santo António, Porto
  • Sofia Ferreira Serviço de Medicina do Hospital Geral de Santo António, Porto
  • Rosa Ribeiro Serviço de Medicina do Hospital Geral de Santo António, Porto
  • Paulo Paiva Serviço de Medicina do Hospital Geral de Santo António, Porto

Palavras-chave:

paragem cárdio-respiratória, equipas de emergência médica, decisão de não reanimar

Resumo

Introdução: A paragem cárdio-respiratória (PCR) intra-hospitalar
tem muito mau prognóstico, mas costuma preceder-se de sinais
de alarme. É fundamental que esses sinais sejam identificados e antecipada a actuação necessária.
Métodos: Avaliação retrospectiva de sinais de alarme nas 6
horas que precederam a morte, indicação de Decisão de Não
Reanimar (DNR) e atitudes tomadas nos doentes falecidos num período de 3 anos.
Resultados: Foram revistos 403 processos (taxa de mortalidade
11,4%). A mortalidade foi homogénea, ao longo da semana e do
dia. Em 291 doentes (72,2%) foram identificados sinais de alarme
nas 6 horas que antecederam a PCR, principalmente: depressão da
consciência (129 doentes), dessaturação (104) e dispneia (92). Os
médicos foram alertados em 133 desses casos e as suas atitudes
foram: reversão em 76 doentes, alívio em 67, nenhuma em 60 e
DNR em 40. Em 348 doentes (86,4%) havia indicação de DNR,
registada em 92,0% dos casos. Foi tentada a reanimação cárdio-pulmonar (RCP) em 2 doentes (0,5%) com DNR explícito e 1 (0,2%)
com DNR implícito. Em 35 doentes (8,7%) não foi tentada a RCP,
apesar de não constar no processo indicação de DNR.
Conclusões: A maioria das PCR foi precedida por sinais de
alarme, oferecendo oportunidade para intervenção. Esses sinais
foram reconhecidos primariamente por enfermeiros. A DNR estava registada na maioria dos doentes. A percentagem baixa de
doentes com indicação para manobras de RCP é um indicador da
complexidade dos doentes. Este estudo reforça a necessidade de
intervenção no reconhecimento, avaliação e decisão do doente
em pré-paragem.

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Referências

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Ficheiros Adicionais

Publicado

31-12-2009

Como Citar

1.
Magalhães L, Guimas A, Ferreira S, Ribeiro R, Paiva P. O momento da morte no internamento de Medicina Interna. RPMI [Internet]. 31 de Dezembro de 2009 [citado 18 de Dezembro de 2024];16(4):205-10. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1423

Edição

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