Fasciolíase hepática humana tratada com triclabendazol

Autores

  • Lucinda Oliveira Serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz, Lisboa
  • Ana Sofia Corredoura Serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz, Lisboa
  • Vera Beato Serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz, Lisboa
  • Francisca Moraes Serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz, Lisboa
  • Sílvia Sousa Serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz, Lisboa
  • Niza Pinheiro Serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz, Lisboa
  • José Pimenta da Graça Serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz, Lisboa
  • Pedro Abecasis Serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz, Lisboa

Palavras-chave:

febre, hepatomegalia, triclabendazol, fascíoliase

Resumo

A fasciolíase é uma parasitose que infesta os animais herbívoros e ocasiona infecção humana após ingestão de
água ou plantas contaminadas.
Os autores descrevem quatro casos clínicos de doentes
provenientes da Républica de Cabo Verde, que se apresentaram com febre de evolução prolongada, emagrecimento,
hepatomegalia dolorosa, anemia, hipereosinofilia, velocidade de sedimentação (VS) superior a 100, hipoalbuminemia,
hipergamaglobulinemia e elevação da fosfatase alcalina e
da gamaglutamiltranspeptidase (γ-GT). O exame das fezes
revelou ovos de Fasciola sp e a serologia foi positiva. A
tomografia abdominal computorizada (TAC) revelava hepatomegalia com múltiplas lesões focais hipocaptantes, de
localização periférica e de aspecto ramificado.
Optou-se pela terapêutica com triclabendazol, fármaco
aprovado apenas para uso veterinário, mas já utilizado em
seres humanos, com sucesso e sem efeitos colaterais significativos, na Europa e América Latina. A melhoria clínica,
laboratorial, imagiológica e a boa tolerância terapêutica, fazem deste fármaco o tratamento de escolha na fasciolíase
hepática humana, perante a já comprovada pouca eficácia
terapêutica e a existência de múltiplos efeitos colaterais
dos fármacos anteriormente utilizados no tratamento
desta doença, como o bitionol, emetine, albendazole e praziquantel.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Ferreira, B. Parasitoses em produção animal e saúde pública. Revista Portuguesa de Doenças Infecciosas 1991; Ano14 (3):183-190.

Chen MG, Mott KE. Progress in assessment of morbidity due to Fasciola hepatica infection: a review of recent literature. Tropical Diseases

Bulletin 1990; 87 (4): R1-R38.

Faust EC, Russel PF, Lincicome DR. Fasciola Hepática. Parasitologia Clínica 6ªedicion: 537-542.

Beers BV, Pringot J, Geubel A, Trigaux JP, Bigaignon G, Dooms G. Hepatobiliary Fascioliasis: noninvasive imaging findings. Radiology

; 174 :809-810.

Jimenez C, Jimenez FJ, Hoyos ML, Monllau. Fascioliasis hepática utilidad de la TC y US. Rev Esp Enf Digest 1995; 87 (5): 397-398.

Wessly K, Reischig HL, Heineman M, Stempka R. Human fascioliasis treated with triclabendazole (Fasinex R) for the first time. Trans Roy

Soc Trop Med and Hyg 1988; 82: 743-745.

Werner AT, Aguilera X, Vega F, Miranda C, Zulantay I, Perz C, Gabor M. Treatment of human chronic fascioliasis with triclabendazole: drug efficacy and serological response. Am J Trop Hyg 1995; 52 (6): 532-535.

Rombert P, Grácio MA. Fasciolíase hepática humana: sua distribuição em Portugal. O Médico 1984; 110: 77-83.

Carmo G, Viegas C, Abreu J, Lobo O, Antunes F, Távora I. Triclabendazol no tratamento da fasciolíase hepática humana – a propósito

de um caso clínico. Revista Portuguesa de Doenças Infecciosas 1997; Ano 20 (2): 44-47

Ficheiros Adicionais

Publicado

29-03-2002

Como Citar

1.
Oliveira L, Corredoura AS, Beato V, Moraes F, Sousa S, Pinheiro N, Pimenta da Graça J, Abecasis P. Fasciolíase hepática humana tratada com triclabendazol. RPMI [Internet]. 29 de Março de 2002 [citado 28 de Março de 2024];9(1):39-42. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1848

Edição

Secção

Casos Clínicos