Cuidados Paliativos em Doentes com Acidente Vascular Cerebral: Um Estudo Retrospetivo de 5 Anos de uma Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos

Autores

  • Patrícia Cipriano Serviço de Medicina Interna do Hospital de Cascais, Cascais, Portugal https://orcid.org/0000-0002-0222-2171
  • Nuno Ferreira Monteiro Serviço de Medicina 2 do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Hospital de Egas Moniz, Lisboa, Portugal
  • Júlia Alves Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos, Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António, Porto, Portugal
  • Margarida Santos Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos, Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António, Porto, Portugal
  • Joana Mirra Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos, Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António, Porto, Portugal
  • Elga Freire Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos, Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi/original/288/3/2018

Palavras-chave:

Acidente Vascular Cerebral, Cuidados Paliativos

Resumo

Introdução: As características únicas do doente com acidente vascular cerebral (AVC), pelo início súbito de compromisso funcional grave com incertezas no prognóstico, aumentam a necessidade de uma abordagem precoce por Cuidados Paliativos.
O objetivo do estudo foi analisar o perfil de doentes com AVC a quem foi pedida colaboração da Equipa Intra-Hospitalar de
Suporte em Cuidados Paliativos.
Métodos: Estudo retrospetivo observacional com amostra constituída por todos os doentes com diagnóstico principal de AVC num hospital terciário a quem foi pedida colaboração à equipa num período de 5 anos (2012-2016).
Resultados: Foram avaliados 48 doentes, com média de idade de 79,6 anos (± 13,1), 24 do sexo feminino. Destacam-se 41
AVC isquémicos, com National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS) médio à admissão de 18,1 (± 6,5) e 7 hemorragias intracerebrais. Os pedidos de observação foram para ajuda na organização de cuidados (89,6%) e tomada de decisões (70,8%), e para controlo sintomático: sintomas respiratórios em 58,3%, gastrointestinais (31,3%) e dor não-controlada (25,0%).
Na primeira observação a Palliative Performance Scale foi 12,2 (± 8,1). A dispneia (52,6%) e broncorreia (50,0%) foram os sintomas mais frequentes e a pneumonite de aspiração a complicação mais prevalente (67,4%). Introduziu-se opióide em 45,7% e anti muscarínico em 34,8%. Registou-se uma mortalidade intra-hospitalar de 72,9% (n = 35), com 71,4% das mortes a ocorrer nos primeiros 30 dias após o evento.
Discussão e Conclusão: Pela complexidade e prevalência de sintomas não-controlados neste grupo de doentes, verifica-se que um AVC compromete significativamente o estado funcional, diminuindo a qualidade e esperança de vida. Estes são doentes que devem ter acesso inequívoco a Cuidados Paliativos.

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Publicado

01-04-2022

Como Citar

1.
Cipriano P, Ferreira Monteiro N, Alves J, Santos M, Mirra J, Freire E. Cuidados Paliativos em Doentes com Acidente Vascular Cerebral: Um Estudo Retrospetivo de 5 Anos de uma Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos. RPMI [Internet]. 1 de Abril de 2022 [citado 9 de Outubro de 2024];25(3):186-92. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/473

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