Profilaxia de Úlceras de Stress – Prática num Serviço de Medicina ao Longo de Dois Anos

Autores

  • Ângela Coelho Serviço de Medicina I, Centro Hospitalar Médio Ave - Unidade de Famalicão, Portugal
  • Lara de Andrade Maia Serviço de Medicina I, Centro Hospitalar Médio Ave - Unidade de Famalicão, Portugal
  • Marta Oliveira Ferreira Serviço de Medicina I, Centro Hospitalar Médio Ave - Unidade de Famalicão, Portugal
  • Liliana Oliveira Serviço de Medicina I, Centro Hospitalar Médio Ave - Unidade de Famalicão, Portugal
  • Jorge Salomão Serviço de Medicina I, Centro Hospitalar Médio Ave - Unidade de Famalicão, Portugal
  • Nuno Cardoso Serviço de Medicina I, Centro Hospitalar Médio Ave - Unidade de Famalicão, Portugal
  • Pedro Neves Serviço de Medicina I, Centro Hospitalar Médio Ave - Unidade de Famalicão, Portugal
  • Augusto Duarte Serviço de Medicina I, Centro Hospitalar Médio Ave - Unidade de Famalicão, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi.899

Palavras-chave:

Úlcera de Stress, Profilaxia, Doentes Médicos, Auditoria, Formação dos Profissionais

Resumo

Fundamento: A prevenção de úlceras de stress (US) está bem
estabelecida em cuidados intensivos, no entanto, nos últimos
anos, esta prática tem sido alargada a enfermarias médicas,
apesar da pouca evidência que a suporte. A sua implementação baseia-se na associação de vários fatores de risco,
contudo, estudos demonstram que 56 a 71% dos doentes
de enfermarias médicas que fazem profilaxia de US não têm
critérios para tal.
Objectivo: Com esta realidade em mente desenvolveu-se um
trabalho que visava criar, aplicar e auditar a implementação
de um protocolo de profilaxia de US num serviço de Medicina,
ao longo de dois anos. Para tal, após revisão dos critérios
para profilaxia de US em doentes médicos em 2011, efetuou-se uma auditoria sem aviso prévio seguida de formação do
corpo clínico. Em 2012 e 2013 efetuaram-se novas auditorias.
Resultados: De 2011 para 2012 verificou-se uma melhoria estatisticamente significativa na orientação dos doentes (57,8%
para 70%), no entanto, verificou-se um retrocesso estatisticamente significativo de 2012 para 2013 (52,5%). Para a melhoria verificada da primeira para a segunda auditoria terá contribuído a elaboração do protocolo de profilaxia e a formação
dos profissionais. No entanto, esta melhoria dissipou-se na
terceira auditoria, o que pode ser explicado pela controvérsia que envolve este tópico e pela ausência de novas ações
formativas.
Conclusões: com este trabalho pretende-se relembrar que
nem todos os doentes internados têm critérios para profilaxia
de US e que é importante definir protocolos de orientação clínica adaptados à realidade de cada instituição com formação
contínua dos profissionais.

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-7

Ficheiros Adicionais

Publicado

30-06-2015

Como Citar

1.
Coelho Ângela, de Andrade Maia L, Oliveira Ferreira M, Oliveira L, Salomão J, Cardoso N, Neves P, Duarte A. Profilaxia de Úlceras de Stress – Prática num Serviço de Medicina ao Longo de Dois Anos. RPMI [Internet]. 30 de Junho de 2015 [citado 23 de Dezembro de 2024];22(2):75-9. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/899

Edição

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