Pleurodeses – Casuística de um Serviço de Medicina Interna

Autores

  • Pedro Bettencourt Medeiros Serviço de Medicina Interna do Hospital de Santo António - Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Eugénia Rosendo Serviço de Oncologia Médica, Hospital de Santo António - Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Célia Cruz Serviço de Medicina Interna do Hospital de Santo António - Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Miguel Ricardo Serviço de Medicina Interna do Hospital de Santo António - Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Fernanda Almeida Serviço de Medicina Interna do Hospital de Santo António - Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • João Araújo Correia Serviço de Medicina Interna do Hospital de Santo António - Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi.943

Palavras-chave:

Cuidados Paliativos, Derrame Pleural Maligno, Pleurodese

Resumo

Introdução: Os derrames pleurais recidivantes são uma complicação frequente de doenças oncológicas e diminuem substancialmente a qualidade de vida dos doentes. A pleurodese é uma opção
terapêutica utilizada no manuseio destes derrames, com o intuito de proporcionar alívio sintomático e melhor qualidade de vida. Também pode ser usada em situações benignas.
Objectivos e Métodos: Estudo retrospectivo descritivo dos doentes
submetidos a pleurodese entre 2009 e 2013, num Serviço de Medicina Interna, considerando a indicação para procedimento, técnica, complicações, sucesso e follow-up e procurando comparar os resultados obtidos com a literatura.
Resultados: Foram submetidos a pleurodese 27 doentes, a maioria do sexo masculino. A idade média foi de 67,3 anos e a doença
de base mais frequente o adenocarcinoma do pulmão. O derrame pleural maligno recidivante foi a indicação predominante, sendo os restantes motivados por pneumotórax. O dreno torácico foi o método mais utilizado e o talco a substância escolhida na maioria dos casos. A técnica obteve sucesso em 70,4% dos doentes. As complicações mais frequentes foram dor e febre. 48,1% dos doentes
fizeram algum tipo de tratamento dirigido à doença de base após a
pleurodese. A mortalidade aos 30 dias foi de 14,8%, com sobrevida
superior a 6 meses em 33,3%.
Conclusão: As pleurodeses foram realizadas de acordo com os critérios estabelecidos. As taxas de sucesso, complicações e sobrevida encontraram-se dentro dos valores expectáveis. A taxa de sucesso
leva a um menor número de reinternamentos e vindas ao serviço de
urgência, com melhoria da qualidade de vida dos doentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Roberts ME, Neville E, Berrisford RG, Antunes G, Ali NJ. Management of a malignant pleural effusion: British Thoracic Society pleural disease guideline 2010. Thorax 65(Suppl 2):ii32–ii40

Suárez PM, Gilart JL. Pleurodesis in the treatment of pneumothorax and pleural effusion. Monaldi Arch Chest Dis 2013;79:81-6.

Wajda A et al. Medical talc pleurodesis: which patient with cancer benefits least. J Palliat Med 2014; 17:882-888

Steger V et al. Who gains most? A 10-year experience with 611 thoracoscopic talc pleurodesis. Ann Thorac Surg 2007;83:1940-5.

Arber A et al. Malignant pleural effusion in the palliative care setting. Int J Palliat Nurs 2013; 19: 320, 322-325

Bell D, Wright G. A retrospective review of the palliative surgical management of malignant pleural effusions. BMJ Support Palliat Care 2013(in press).

Walker-Renard P, Vaughan LM, Sahn SA. Chemical pleurodesis for malignant pleural effusions. Ann Intern Med 1994;120:56–64.

Glazer M1, Berkman N, Lafair JS, Kramer MR. Successful talc slurry pleurodesis in patients with nonmalignant pleural effusion. Chest

;117:1404-9.

Vaz MC et al. Pleurodesis: technique and indications. J Bras Pneumol 2006;32:347-356

Thomas JM, Musani AI. Malignant pleural effusions: a review. Clin Chest Med 2013;34:459-71.

Bielsa S, Hernández P, Rodriguez-Panadero F, Taberner T, Salud A, Porcel JM. Tumor type influences the effectiveness of pleurodesis in malignant effusions. Lung 2011;189:151-5

Inoue T, Ishida A, Nakamura M, Nishine H, Mineshita M, Miyazawa T. Talc pleurodesis for the management of malignant pleural effusions in Japan. Intern Med 2013;52:1173-6.

Mourad IA, Abdel Rahman AR, Aziz SA, Saber NM, Fouad FA. Pleurodesis as a palliative treatment of advanced lung cancer with malignant pleural effusion. J Egypt Natl Canc Inst 2004;16:188-94.

Xia H, Wang XJ, Zhou Q, Shi HZ, Tong ZH. Efficacy and safety of talc pleurodesis for malignant pleural effusion: a meta-analysis. PLoS One

;9:e87060.

Ozyurtkan MO, Balci AE, Cakmak M. Predictors of mortality within three months in the patients with malignant pleural effusion. Eur J Intern Med 2010;21:30-4.

Gawron G, Gabryś J, Barczyk A. Talc slurry pleurodesis via chest tube in department of pulmonology--a 24-case study. Pneumonol Alergol

Pol;81:439-47.

Huggins JT, Doelken P, Sahn SA. Intrapleural therapy. Respirology 2011;16:891-9.

Roberts ME, Neville E, Berrisford RG, Antunes G, Ali NJ; BTS Pleural Disease Guideline Group. Management of a malignant pleural effusion:

British Thoracic Society Pleural Disease Guideline 2010. Thorax 2010;65 Suppl 2:ii32-40

Lumachi F1, Mazza F, Ermani M, Chiara GB, Basso SM. Talc pleurodesis as surgical palliation of patients with malignant pleural effusion. Analysis of factors affecting survival. Anticancer Res 2012;32:5071-4.

Reddy C, Ernst A, Lamb C, Feller-Kopman D. Rapid pleurodesis for malignant pleural effusions: a pilot study. Chest. 2011;139:1419-23

Ficheiros Adicionais

Publicado

30-09-2015

Como Citar

1.
Bettencourt Medeiros P, Rosendo E, Cruz C, Ricardo M, Almeida F, Araújo Correia J. Pleurodeses – Casuística de um Serviço de Medicina Interna. RPMI [Internet]. 30 de Setembro de 2015 [citado 18 de Abril de 2024];22(3):142-5. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/943

Edição

Secção

Artigos Originais

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 > >>