Cateterização Vesical no Doente Internado: Reduzindo as Complicações Associadas ao Procedimento
DOI:
https://doi.org/10.24950/O/28/20/3/2020Palavras-chave:
Cateterismo Urinário, Infecções Relacionadas a Cateter, Infecções Urinárias/etiologiaResumo
Introdução: Estima-se que cerca de 25% dos doentes hospitalizados são submetidos a cateterização vesical (CV) num determinado momento do internamento, embora não exista muitas vezes uma indicação formal para o procedimento. Este trabalho pretende analisar a incidência de algaliação inapropriada num Serviço de Medicina Interna, relacionando com o número de complicações associadas ao procedimento.
Métodos: Trata-se de um estudo prospetivo observacional que incluiu a consulta do processo clínico de todos os doentes submetidos a CV durante o internamento no Serviço de Medicina, num período de 3 meses. Excluíram-se os doentes algaliados cronicamente e doentes transferidos para outra instituição.
Resultados: Num total de 193 doentes submetidos a CV neste período, 124 foram algaliados inapropriadamente num determinado momento do internamento, verificando-se um total de 1651 dias de algaliação inapropriada. Registou-se hematúria traumática em 8% e retenção urinária pós-desalgaliação em 9% dos casos. Foi diagnosticada infeção associada a CV em 41 doentes (21%), sendo que em 14 doentes não havia indicação formal para algaliação.
Discussão/Conclusão: Verificou-se uma taxa de doentes submetidos a CV (47%) muito superior ao descrito em outros estudos semelhantes, bem como um período de algaliação inapropriada excessivamente prolongado. As Infeções urinárias nosocomiais constituem uma das principais complicações da algaliação, contribuindo significativamente para a mortalidade e morbilidade destes doentes, sendo essencial a implementação de protocolos que racionalizem o uso de CV nos doentes internados.
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