Reconciliação Terapêutica: Auditoria numa Enfermaria de Medicina Interna
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi/O/74/19/4/2019Palavras-chave:
Departamentos Hospitalares/organização e administração, Erros de Medicação, Medicina Interna, Polimedicação, Reconciliação de MedicamentosResumo
Introdução: O envelhecimento populacional associa-se a
um perfil de doentes caracterizado pelas múltiplas comorbilidades, polimedicação e vulnerabilidade quanto à segurança
farmacológica. As discrepâncias de medicação, em conjunto
com a ausência de um procedimento de reconciliação terapêutica que implemente as recomendações da Direção Geral de
Saúde, levam a consequências negativas como as interações
medicamentosas, recurso não programado aos cuidados de
saúde e síndromes geriátricos.
Material e Métodos: Os autores realizaram uma auditoria da prevalência da reconciliação terapêutica à data da alta,
avaliando os registos farmacológicos e identificando as discrepâncias e erros de medicação. Como objetivo secundário
foi caracterizada a população internada. Os dados foram colhidos através da consulta do processo clínico e por entrevista ao
doente ou cuidador.
Resultados: A mediana de idades foi de 78 anos, metade
dos doentes eram totalmente dependentes e verificou-se uma
média de 3,9 comorbilidades por doente. Houve reconciliação
terapêutica em apenas 47% e em 61% houve pelo menos uma
discrepância de medicação, sendo o erro de introdução o mais
frequente.
Discussão e Conclusão: A elevada prevalência de discrepâncias de medicação e de não reconciliação advém, em
parte, da ausência de um processo sistemático de recolha da
história farmacológica, de problemas na comunicação médicodoente e da inexistência de um procedimento de reconciliação
terapêutica. A maior frequência do erro de introdução poderá
relacionar-se com a cópia de registos clínicos desatualizados.
São necessários estudos prospetivos que caracterizem os fatores que influenciam a não reconciliação terapêutica, os erros
de medicação e as suas consequências a curto e longo prazo.
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