Preditores de Outcome em Idosos Internados em Medicina Interna

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi.1515

Palavras-chave:

Fragilidade, Hospitalização, Idoso, Medicina Interna, Multimorbilidade

Resumo

Introdução: O envelhecimento é um fenómeno global, com
grandes implicações nos serviços de saúde. O objetivo deste estudo foi analisar os preditores de resultado dos idosos internados em Medicina Interna (MI).

Métodos: Estudo observacional, retrospetivo e longitudinal.
Analisados os registos clínicos dos doentes com idade igual
ou superior a 65 anos internados no serviço de MI do Hospital Garcia de Orta (HGO) no ano de 2019.

Resultados: Em 2019 foram internados 2841 doentes no
serviço de MI do HGO. Destes, 532 (18,7%) tinham idade inferior a 65 anos e 2309 (81,3%) tinham idade igual ou superior a 65 anos. Foram incluídos 2133 doentes, com uma média de idades de 80,0 ± 7,8 anos, o sexo feminino representou 54,7% da amostra. O número médio de comorbilidades por doente foi de 6,1 ± 2,8, sendo que 54,8% dos idosos apresentava algum grau de fragilidade. Doentes com fragilidade, tiveram maior risco relativo de morte no internamento (RR = 3,1) e no pós-alta (RR = 2), mantendo-se estas associações após ajustamento para fatores de confundimento.

Conclusão: A população tratada num serviço de MI é
maioritariamente idosa, com graus variáveis de multimorbilidade e fragilidade. A fragilidade parece ser um preditor major de reinternamento e óbito nesta população. Perante a heterogeneidade desta faixa etária, é necessária uma avaliação multidimensional e planos de cuidados É urgente uma adaptação dos serviços de MI ao cuidado do doente idoso, com investimento em cuidados interdisciplinares focados na qualidade de vida. A
formação em geriatria deve ser primordial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

United Nations. World Population Ageing 2019. [consultado Jan 2022] Disponível em: https://www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/ageing/WorldPopulationAgeing2019-Highlights.pdf

Instituto Nacional de Estatística. Estatísticas Demográficas 2020. Lisboa: INE; 2021.

Temido H, Parente F, Vieira Borba V, Santos L, de Carvalho A. Internamento em Medicina Interna: Evolução em 20 Anos num Hospital Universitário. Med Interna. 2018;25:.

Sousa L, Oliveira AI, Marques AR, Mendes M, Morais J, Cardoso R, et al. Avaliação Geriátrica Global em Medicina Interna: Um Modelo Mais Adequado na Avaliação dos Doentes Idosos Internados. Med Interna. 2019;26:40–6.

Pinto MP, Martins S, Mesquita E, Fernandes L. European Portuguese Version of the Clinical Frailty Scale: Translation, Cultural Adaptation and Validation Study. Acta Médica Port. 2021;34 :749-60.doi: 10.20344/amp.14543.

Katz S, Ford AB, Moskowitz RW, Jackson BA, Jaffe MW. Studies of Illness in the Aged: The Index of ADL: A Standardized Measure of Biological and Psychosocial Function. JAMA. 1963;185:914–9.

Charlson ME, Pompei P, Ales KL, MacKenzie CR. A new method of classifying prognostic comorbidity in longitudinal studies: development and validation. J Chronic Dis. 1987;40:373–83.

Miller MD, Towers A. A manual of guidelines for scoring the cumulative illness rating scale for geriatrics (CIRS-G). Pittsburgh: University of Pittsburgh, School of Medicine, Department of Geriatric Psychiatry; 1991.

Lopes JCO. Perfis e necessidades dos doentes idosos internados num serviço de Medicina Interna [Tese de Mestrado em Geriatria]. Coimbra: Universidade de Coimbra; 2021. [consultado Jan 2022] Disponível em: https://

eg.uc.pt/handle/10316/98763

Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. Avaliação Geriátrica. SPMI. [consultado Jan 2022] Disponível em: https://www.spmi.pt/docs_nucleos/GERMI_36.pdf

Chebib N, Cuvelier C, Malézieux-Picard A, Parent T, Roux X, Fassier T, et al. Pneumonia prevention in the elderly patients: the other sides. Aging Clin Exp Res. 2021;33:1091–100. doi: 10.1007/s40520-019-01437-7.

Ishifuji T, Sando E, Kaneko N, Suzuki M, Kilgore PE, Ariyoshi K, et al. Recurrent pneumonia among Japanese adults: disease burden and risk factors. BMC Pulm Med. 2017;17:12. doi: 10.1186/s12890-016-0359-1.

Stolbrink M, McGowan L, Saman H, Nguyen T, Knightly R, Sharpe J, et al. The Early Mobility Bundle: a simple enhancement of therapy which may reduce incidence of hospital-acquired pneumonia and length of hospital stay. J Hosp Infect. 2014;88:34–9. doi: 10.1016/j.jhin.2014.05.006.

Løkke A, Dongo LC, Aksglæde KB, Hilberg O. Asymptomatic dysphagia causing recurrent aspiration pneumonia. BMJ Case Rep.2018:bcr-2018-224370. doi: 10.1136/bcr-2018-224370.

Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. Recomendações clínicas para a vacinação da população idosa em Portugal [consultado Jan 2022] Disponível em: https://www.spmi.pt/wp-content/uploads/2021/11/Folheto-Valentim-2021-1.pd

Downloads

Publicado

29-06-2023

Como Citar

1.
Correia Lopes J, Amaro M, Teixeira Veríssimo M. Preditores de Outcome em Idosos Internados em Medicina Interna. RPMI [Internet]. 29 de Junho de 2023 [citado 16 de Novembro de 2024];30(2):81-8. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1515

Edição

Secção

Artigos Originais

Categorias

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)