A evolução do lactacto sérico e a sua correlação com parâmetros laboratoriais hepáticos após transplante hepático

Autores

  • Mariana Machado Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Curry Cabral, Lisboa
  • Paulo Marcelino Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Curry Cabral, Lisboa
  • Carlos Ferreira Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Curry Cabral, Lisboa
  • Susan Marum Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Curry Cabral, Lisboa
  • Pedro Marques-Vidal Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Curry Cabral, Lisboa
  • Ana Paula Fernandes Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Curry Cabral, Lisboa

Palavras-chave:

transplante hepático, lactato sérico, Cuidados Intensivos

Resumo

Objectivo: estudar a correlação entre a evolução do nível sérico
de lactato e as complicações no pós-operatório imediato de
transplante hepático ortotópico (THO).
Local: Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) médico-cirúrgica de 14 camas
Desenho: estudo retrospectivo com controlo de caso.
Métodos: Estudaram-se 43 doentes submetidos a THO. Vinte e
três doentes apresentaram uma evolução favorável e constituíram
o grupo controlo, e 20 doentes apresentaram complicações (9 das
quais vasculares), classificadas em 2 subgrupos com base nos
parâmetros laboratoriais hepáticos: hepatocelular (elevação das
transaminases) e colestático (elevação da gama-glutamil transpeptidase e bilirrubinas). Avaliados os seguintes parâmetros: idade, sexo, tempos de internamento e ventilação, índice APACHE II e SAPS II.
Valorizaram-se os primeiros valores dos diversos parâmetros bioquímicos e comparou-se a sua elevação sempre que esta atingiu
1,5 ou 2 vezes o valor prévio.
Resultados: Os doentes com complicações eram predominantemente do sexo feminino (p=0,047), apresentaram um tempo de
internamento mais prolongado (p<0,001) e um índice SAPS II mais
elevado (p<0,001).A primeira determinação de lactatos foi superior
no grupo de doentes com complicações (9,4 versus 6,7 mmol/L;
p=0,0046). As complicações vasculares correlacionaram-se com o
padrão hepatocelular. Uma elevação em 1,5 vezes do lactato correlacionou-se com qualquer complicação e uma elevação em 2 vezes com complicações de tipo hepatocelular. Por análise multivariada,
esta variação do lactato relacionou-se de forma independente com
a presença de qualquer complicação (IC 1,18-1,68, p=0,003).
Conclusões: Os doentes com complicações após THO apresentam
um valor inicial de lactatos séricos mais elevado. As complicações
durante o pós-operatório na UCI correlacionam-se com elevação do
lactato sérico em 1,5 vezes, enquanto uma elevação em 2 vezes
se correlaciona com complicações do tipo hepatocelular. O lactato
sérico pode ser utilizado na monitorização de complicações após
THO na UCI.

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Ficheiros Adicionais

Publicado

28-09-2007

Como Citar

1.
Machado M, Marcelino P, Ferreira C, Marum S, Marques-Vidal P, Fernandes AP. A evolução do lactacto sérico e a sua correlação com parâmetros laboratoriais hepáticos após transplante hepático. RPMI [Internet]. 28 de Setembro de 2007 [citado 21 de Dezembro de 2024];14(3):123-9. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1554

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