Estatística em Medicina: o mérito e o mito Reflexões de um clínico
Palavras-chave:
estatísticaResumo
As ciências biológicas não são exactas. Em medicina, que não é propriamente uma ciência, mas sim uma profissão de raízes cientificas que lida com casos individuais duma variedade indefinível a matematização é tentadora, mas tem grandes limitações. A estatística, ramo da matemática que mais penetra na actividade médica, é muito útil para definir tendências. Contudo, nada garante que o previsto venha a acontecer, num caso concreto.
E, para além destas limitações de princípio, tem de se contar com erros formais, interpretações abusivas, resultados de difícil leitura, flutuação de conclusões ao sabor dos métodos escolhidos e muitos outros problemas. A decisão clínica deve contar com a estatística como um de vários instrumentos informativos, mas não é lícito que o senso global do médico seja substitui do por uma seca listagem de números. Um acto diagnóstico, uma opção terapêutica, o enuncia do do prognóstico, são sempre escolhas feitas em face da complexa problemática dum doente individua irredutível a uma fórmula ou a uma equação.
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