Estatística em Medicina: o mérito e o mito Reflexões de um clínico

Autores

  • A. de Oliveira Soares Assistente Hospitalar graduado de Medicina Interna, Hospital de Santa Maria, Lisboa

Palavras-chave:

estatística

Resumo

As ciências biológicas não são exactas. Em medicina, que não é propriamente uma ciência, mas sim uma profissão de raízes cientificas que lida com casos individuais duma variedade in­definível a matematização é tentadora, mas tem grandes limitações. A estatística, ramo da mate­mática que mais penetra na actividade médica, é muito útil para definir tendências. Contudo, nada garante que o previsto venha a acontecer, num caso concreto.

E, para além destas limitações de princípio, tem de se contar com erros formais, interpreta­ções abusivas, resultados de difícil leitura, flu­tuação de conclusões ao sabor dos métodos es­colhidos e muitos outros problemas. A decisão clínica deve contar com a estatística como um de vários instrumentos informativos, mas não é lí­cito que o senso global do médico seja substitui­ do por uma seca listagem de números. Um acto diagnóstico, uma opção terapêutica, o enuncia­ do do prognóstico, são sempre escolhas feitas em face da complexa problemática dum doente indi­vidua irredutível a uma fórmula ou a uma equa­ção.

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Ficheiros Adicionais

Publicado

29-03-1996

Como Citar

1.
de Oliveira Soares A. Estatística em Medicina: o mérito e o mito Reflexões de um clínico. RPMI [Internet]. 29 de Março de 1996 [citado 18 de Dezembro de 2024];3(1):51-8. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/2263

Edição

Secção

Pontos de Vista