Terapêutica da hipercalcemia em neoplasias sólidas - Análise retrospectiva num serviço de Medicina Interna

Autores

  • Maria José Grade Interno do Internato Complementar de Medicina Interna, Serviço de Medicina li dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Francisco Parente Assistente Hospitalar de Medicina Interna Serviço de Medicina li dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Borges Alexandrino Assistente Graduado de Medicina Interna, Serviço de Medicina li dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Políbio Serra e Silva Director de Serviço Serviço de Medicina li dos Hospitais da Universidade de Coimbra

Palavras-chave:

terapêutica da hipercalcemia, neoplasias sólidas

Resumo

Os autores apresentam um estudo retrospecti­vo da terapêutica da hipercalcemia em doentes com neoplasias sólidas, internados no Serviço de Medicina II dos HUC. Foram estudados 171 do­entes, dos quais 45 (26,3%) tinham hipercalcemia (cálcio sérico:::,_ 10,4 mgld após correccão para a albuminemia). Nestes, analisaram as terapêuticas utilizadas, critérios de opção ( níveis de calcemia, sintomatologia, metastização óssea), resposta ob­tida e relação com a terapêutica de base.

Destacam os seguintes factos: A) As terapêuticas utilizadas foram: hidratação isolada (n=27) ou associada a fármacos (n = 18), incluindo sempre furosemido, (corticosteróides ( n=6), calcitonina (n=9), bifosfonatos (n=12)}. B) Efectuaram associ­ acões terapêuticas todos os 10 doentes com hiper­ calcemia grave (:::,_ 13 mg/dl) e apenas 6 dos 29 com hipercalcemia ligeira(:::,_ 10,4 - 11,5 mg/dl). Nos 14 doentes com sintomas graves, atribuíveis à hiper­ calcemia, os fármacos foram utilizados apenas em 7. Na metastização óssea documentada (n = 15) predominou o uso de calcitonina ou bifosfonatos. C) Nos doentes sujeitos a terapêutica, houve con­trolo temporário das calcemias, sendo esta mais relevante quando associados vários fármacos. A regressão da sintomatologia foi mais significativa no grupo que efectuou bifosfonatos. Em um terço dos pacientes que efectuaram bifosfonatos ou cal­ citonina houve melhoria da D) A mortalidade no internamento e a demora média foram cerca do dobro da do total dos internados.

Conclusões: 1) Prevalência significativa deste dis­ túrbio metabólico (26%) nas neoplasias sólidas. 2) A hipercalcemia foi valorizada, sendo utilizadas medidas terapêuticas para além da hidratação em 40% dos doentes. 3) A opção terapêutica foi mais baseada nos níveis de calcemia do que nos sinto­mas, e a metastização óssea influenciou o uso de calcitonina e bifosfonatos. 4) A melhoria sintomá­ tica num número significativo de pacientes e o con­ trolo temporário dos níveis de cálcio são factores que podem melhorar a qualidade de vida destes doentes, compensando-os até serem adoptadas medidas de base, o que aconteceu num terço dos casos.

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Ficheiros Adicionais

Publicado

29-09-1995

Como Citar

1.
Grade MJ, Parente F, Alexandrino B, Serra e Silva P. Terapêutica da hipercalcemia em neoplasias sólidas - Análise retrospectiva num serviço de Medicina Interna. RPMI [Internet]. 29 de Setembro de 1995 [citado 18 de Dezembro de 2024];2(3):152-8. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/2392

Edição

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