Avaliação do percurso intra-hospitalar após a alta de um serviço de Medicina Interna

Autores

  • Patrícia Dias Médico do Internato Complementar de Medicina Interna, Serviço de Medicina II dos HUC
  • Francisco Parente Assistente Graduado de Medicina Interna, Serviço de Medicina II dos HUC
  • Elsa Gaspar Médico do Internato Complementar de Medicina Interna, Serviço de Medicina II dos HUC
  • Paulo Carrola Médico do Internato Complementar de Medicina Interna, Serviço de Medicina II dos HUC
  • Mário Alexandrino Chefe de Serviço de Medicina Interna, Serviço de Medicina II dos HUC
  • J.J. Alves de Moura Professor da Faculdade de Medicina e Director do Serviço de Medicina II Serviço de Medicina II dos HUC

Palavras-chave:

Avaliação após a alta, readmissões

Resumo

Introdução e objectivos – O seguimento após a alta hospitalar e respectivo consumo de recursos dentro
da mesma instituição poderão ser indicadores importantes na avaliação da actividade dos serviços. Com
este objectivo, os autores realizaram um estudo retrospectivo analisando alguns parâmetros de avaliação
após o internamento num Serviço de Medicina Interna.
Material e métodos – Foram seleccionados os internamentos do Serviço de Medicina II dos Hospitais da
Universidade de Coimbra registados na base de dados dos GDH, com alta num período de 3 meses, e
estudado o percurso dos doentes dentro da instituição nos 6 meses seguintes à data de alta. Foram
analisados dados demográficos, consumo de consultas externas, urgências e novos internamentos e,
ainda, a mortalidade, diagnósticos principais, GDH e pesos relativos dos respectivos episódios.
Resultados – Destaca-se que 72,9% dos doentes tiveram pelo menos um dos contactos estudados
(consulta, urgência, internamento). Registaram-se neste período 232 consultas (54,2% dos doentes), 100
urgências (41,6% dos doentes) e 86 internamentos (41% dos doentes); nestes, o diagnóstico principal
mais frequente foi de pneumonia, em 10,4%. A mortalidade foi de 15 doentes no internamento (10,4%
dos doentes estudados). Dos factores com influência nos resultados, destacam-se o peso relativo superior
a 1,0 dos internamentos iniciais e a idade inferior a 80 anos, reflectindo-se no número de doentes com
consulta, assim como o diagnóstico de pneumonia no número de doentes com urgências e mortalidade.
Conclusão – Nesta avaliação, constatou-se um impacto significativo de cuidados prestados dentro da
mesma instituição, nos seus vários sectores. A mortalidade intra-hospitalar foi provavelmente o resultado
mais importante do estudo e revelador do tipo de prognóstico dos doentes internados nos nossos
Serviços. A revisão sistemática de parâmetros de avaliação após a alta, incluindo o estudo da mortalidade
e das readmissões, é importante para contornar as dificuldades hoje existentes nos Serviços de Medicina
Interna. Nestes estudos é fundamental utilizar metodologia que permita a comparação com outros, como
sejam os GDHs e o índice case-mix.

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Referências

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Ficheiros Adicionais

Publicado

31-12-2002

Como Citar

1.
Dias P, Parente F, Gaspar E, Carrola P, Alexandrino M, Alves de Moura J. Avaliação do percurso intra-hospitalar após a alta de um serviço de Medicina Interna. RPMI [Internet]. 31 de Dezembro de 2002 [citado 18 de Abril de 2024];9(4). Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1872

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