Internamento em Medicina Interna: Evolução em 20 Anos num Hospital Universitário
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi/original/224/4/2018Palavras-chave:
Departamentos Hospitalares, Envelhecimento, Hospitalização, Medicina Interna, Organização, UrgênciasResumo
Introdução: O internamento nos serviços de Medicina Interna tem sofrido alterações ao longo dos anos, com consequente modificação na tipologia de doentes. O objetivo deste trabalho é avaliar a evolução dos internamentos de Medicina Interna num hospital central, com um intervalo de 20 anos.
Material e Métodos: Utilizando registos da base dos Grupos de Diagnósticos Homogéneos, avaliaram-se os internamentos nos serviços de Medicina Interna dum hospital universitário, em dois períodos de 3 anos, com intervalo de 20 anos (1/1/1992-31/12/1994 com 10 817 episódios e 1/1/2012-31/12/2014 com 17 535 episódios). Comparou-se idade, sexo, mortalidade, tempo de internamento, tipo de admissão (urgente e programada), diagnósticos principais e diagnósticos secundários. Numa segunda análise foram excluídos episódios com diagnóstico principal pertencente à categoria de código V.
Resultados: Destaca-se o aumento da faixa etária (mediana de idades de 61 para 79 anos, idade superior a 65 anos de 36,9% para 80,3% e superior a 85 anos de 3% para 26,3%), predomínio do sexo feminino (47,4% para 51,8%), diminuição da estadia (16,8 para 10,3 dias), aumento da mortalidade (8,3% para 15,4%), aumento de diagnósticos secundários (episódios com mais de 6 registos de 17,5% para 64,8%). Distingue-se também o aumento das doenças respiratórias (11,1% para 36,1%), doenças infeciosas (6,7 para 10,3%) e genitourinárias (3,9 para 11,3%), refletindo o crescimento dos diagnósticos principais de pneumonia, sépsis e infeção urinária.
Discussão: Discute-se o impacto do envelhecimento da população, a reorganização institucional e a pressão dos serviços de urgência como condicionantes das patologias do internamento, colocando limitações funcionais e na formação médica.
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