Anemia Hemolítica num Serviço de Medicina Interna: Caracterização da População
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi/original/223/2/2018Palavras-chave:
Anemia Hemolítica, Departamentos Hospitalares, Hemólise, Medicina Interna, PortugalResumo
Introdução: A anemia hemolítica representa 5% de todas
as anemias e caracteriza-se por uma redução do tempo
de vida dos glóbulos vermelhos (GV). A destruição dos GV
pode resultar de fenómenos hemolíticos intravasculares ou
extravasculares, sendo os últimos mais frequentemente associados a fenómenos autoimunes, toxicidade a químicos/
fármacos, infeções, hiperesplenismo e destruição mecânica.
O objetivo do estudo foi descrever as características demográficas, as principais causas e as particularidades clínicas dos doentes com anemia hemolítica extrínseca.
Métodos: Estudo retrospetivo de Janeiro 2010 a Dezembro
2014 dos doentes com anemia hemolítica internados num
Serviço de Medicina Interna de um Hospital Central. Foram
avaliados marcadores laboratoriais de hemólise.
Resultados: Foram incluídos 22 doentes com uma média de
idade de 67,6 (± 17,9 anos); 54,5% do sexo masculino. Cerca de 81,8% obtiveram teste antiglobulina direto positivo e
os restantes negativos. Dos doentes com anemia hemolítica
auto-imune, 61,1% estavam associados a infeções. À data
do diagnóstico, o valor médio de Hb foi de 7,5 g/dL, necessitando, em média, de 9,8 dias para atingir valores superiores a 9 g/dL. Quanto ao tratamento, 36,4% dos doentes
realizaram corticoterapia, 22,7% corticoterapia em associação com transfusão de glóbulos vermelhors e 13,6% apenas
transfusão, além do tratamento dirigido à causa subjacente.
Taxa de mortalidade de 9%.
Conclusão: A anemia hemolítica pode resultar de múltiplas
causas, sendo a maioria resultante de processos infecciosos.
A abordagem diagnóstica e terapêutica do quadro hemolítico
depende da causa subjacente, daí a importância da sua identificação. A taxa de mortalidade é baixa e o prognóstico depende
da causa subjacente mas o risco aumenta em doentes idosos.
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