Delirium: Estudo Prospectivo em Doentes Internados numa Enfermaria de Medicina Interna

Autores

  • Margarida Jacinto Serviço de Medicina I, Hospital Espírito Santo – Évora EPE, Évora, Portugal
  • Vera Pereira Serviço de Medicina I, Hospital Espírito Santo – Évora EPE, Évora, Portugal
  • Tiago Tribolet Abreu Serviço de Medicina I, Hospital Espírito Santo – Évora EPE, Évora, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi.874

Palavras-chave:

Delírio/diagnóstico, Fatores de Risco, Idoso, Medicina Interna, Serviços Hospitalares

Resumo

Introdução: O Delirium é uma patologia frequente no meio intra-hospitalar. Cerca de 30% dos doentes idosos internados numa enfermaria apresentam pelo menos um episódio de Delirium, sendo a maioria associados a distúrbios hipoativos. No entanto, esta patologia é subdiagnosticada. O Delirium afeta negativamente o curso da doença
médica de base, aumenta a morbilidade e a mortalidade dos doentes,
por isso o seu diagnóstico, prevenção e tratamento são fundamentais.
Objetivo: Avaliar os episódios de Delirium numa enfermaria de Medicina Interna, estudando a sua incidência, fatores de risco e tipo de distúrbio psicomotor associado.
Métodos: Este foi um estudo prospetivo observacional no qual foram
integrados todos os doentes internados numa enfermaria de Medicina
Interna, num período de dois meses. A equipa de enfermagem fez o
diagnóstico de Delirium com base no Método de Avaliação da Confusão. Verificou-se a presença de fatores de risco para o desencadear de episódios na história do doente, o tipo de distúrbio psicomotor associado, e o número de episódios com necessidade de terapêutica farmacológica.
Resultados: Durante o estudo, 11% dos doentes apresentaram pelo
menos um episódio de Delirium. Todos os doentes tinham idade superior a 65 anos e 75% eram de sexo masculino, sendo que um terço dos doentes apresentava quatro ou mais fatores de risco, simultaneamente. Desses episódios, 63% estavam associados a distúrbios psicomotores hiperativos e destes 73% necessitaram de terapêutica medicamentosa.
Conclusão: A incidência de episódios de Delirium na nossa enfermaria foi de 11%, sendo em 63% acompanhados de distúrbio hiperativo.
Comprovou-se que todos os doentes apresentavam pelo menos um fator de risco que os tornavam mais vulneráveis a esta patologia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Inouye SK. Delirium in older persons. N Engl J Med 2006; 354:1157-65.

Cole MG Delirium in elderly patients Am J Geriart Psychiatry 2004;12:7-21

Murray AM, Levkoff SE, Wetle TT, Beckett L, Cleary PD, Schor JD, et al. Acute delirium and functional decline in the hospitalized elderly patient. J Gerontol.1993;48:M181-6

Francis J, Kapoor WN. Prognosis after hospital discharge of older medical patients with delirium. J Am Geriatr Soc 1992;40:601-606.

Levkoff SE, Evans DA, Liptzin B, Cleary PD, Lipsitz LA, Wetle TT, et al. the occurrence and persistence of symptoms among elderly hospitalized patients. Arch Intern Med 1992;152:334-40.

American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual. 4th ed.Washington: APA Press, Washington; 1994.

Department of Health and Human Services. 2004 CMS statistics. Washington: Centers for Medicare and Medicaid Services; 2004.

Agostini JV, Inouye SK. Delirium. In: Hazzard WR, Blass JP, Halter JB, Ouslander JG, Tinetti ME, editors. Principles of geriatric medicine and gerontology. 5th ed. New York: McGraw-Hill, 2003:1503-15.

Inouye SK, Rushing JT, Foreman MD, et al. Does delirium contribute to poor hospital outcomes? A three-site epidemiologic study. J Gen Intern Med 1998; 13:234.

Francis J. Delirium in older patients. J Am Geriatr Soc 1992; 40:829.

Marcantonio E, Ta T, Duthie E, Resnick NM. Delirium severity and psychomotor types: their relationship with outcomes after hip fracture repair. J Am Geriatr Soc 2002; 50:850.

Dasgupta M, Dumbrell AC. Preoperative risk assessment for delirium

after noncardiac surgery: a systematic review. J Am Geriatr Soc 2006; 54:1578.

Inouye SK, Zhang Y, Jones RN, et al. Risk factors for delirium at discharge: development and validation of a predictive model. Arch Intern Med 2007; 167:1406.

Pisani MA, Murphy TE, Van Ness PH, Araujo KL, Inouye SK. Characteristics associated with delirium in older patients in a medical intensive care unit. Arch Intern Med. 2007;167:1629-34.

Rudolph JL, Jones RN, Rasmussen LS, Silverstein JH, Inouye SK, Marcantonio ER. Independent vascular and cognitive risk factors for postoperative delirium. Am J Med. 2007;120:807-13.

McCusker J, Cole M, Abrahamowicz M, Han L, Podoba JE, Ramman-Haddad L. Environmental risk factors for delirium in hospitalized older

people. J Am Geriatr Soc. 2001;49:1327-34.

Gleason OC. Delirium. Am Fam Physician 2003;67:1027-1034

Rolfson D. The causes of delirium. In: Lindesay J, Rockwood K, Macdonald A, editors. Delirium in old age.Oxford: Oxford University;2002.p.101

Inouye SK, van Dyck CH, Alessi CA, Balkin S, Siegal AP, Horwitz RI. Clarifying confusion: the confusion assessment method. A new method for detection of delirium. Ann Intern Med. 1990;113:941-8.

Machado S. Delirium no Idoso[Tese de Mestrado integrado em Medicina]. Porto Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 2010

Ficheiros Adicionais

Publicado

31-03-2015

Como Citar

1.
Jacinto M, Pereira V, Tribolet Abreu T. Delirium: Estudo Prospectivo em Doentes Internados numa Enfermaria de Medicina Interna. RPMI [Internet]. 31 de Março de 2015 [citado 27 de Abril de 2024];22(1):16-9. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/874

Edição

Secção

Artigos Originais