Biópsia Hepática Percutânea: Segurança e Utilidade em 137 Procedimentos Consecutivos

Autores

  • Ana C. Sousa Serviço de Medicina I, Hospital do Espírito Santo, Évora, Portugal
  • Sara Pires Serviço de Gastroenterologia, Hospital do Espírito Santo, Évora, Portugal
  • Margarida Jacinto Serviço de Medicina I, Hospital do Espírito Santo, Évora, Portugal
  • Tiago Tribolet de Abreu Serviço de Medicina I, Hospital do Espírito Santo, Évora, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi.835

Palavras-chave:

Fígado/patologia, Biópsia Guiada por Imagem, Doenças do Fígado/patologia

Resumo

Introdução: A biópsia hepática percutânea (BHP) é um procedimento
médico invasivo, associado a reduzidas taxas de
mortalidade e morbilidade. Este método é actualmente considerado
seguro apresentando uma crescente aplicabilidade
em regime de ambulatório. O objectivo deste trabalho foi
estudar o perfil de segurança das BHP efectuadas no nosso
hospital, avaliar a especialidade de quem as realiza, as indicações
para a sua execução, a rentabilidade diagnóstica e a sua
aplicabilidade enquanto procedimento de ambulatório.
Material e Métodos: Foram analisados retrospectivamente
todos os doentes submetidos a BHP no nosso hospital num
período de 9 anos. Excluíram-se: biópsias hepáticas post-mortem.
Estudaram-se dados demográficos, clínicos e anatomopatológicos.
Resultados: Foram incluídos 137 procedimentos realizados
em 133 doentes consecutivos (idade 51,3 ± 17,2 anos; 57,1%
sexo masculino). A principal indicação para realização da
BHP foi a avaliação de massas hepáticas, seguido do estadiamento
e decisão terapêutica na infecção pelo vírus hepatite C
e estudo da elevação das transaminases. O objectivo primário
do procedimento foi o diagnóstico. A gastrenterologia foi
a especialidade responsável pela maioria dos procedimentos
(51,8%). Os resultados anátomo-patológicos foram conclusivos
em 86,1% das biópsias. A taxa de complicações descritas
foi de 0,73% (n = 1), correspondendo a um pneumotórax e
morte num doente da Unidade Cuidados Intensivos. Na nossa
amostra, 12,4% dos doentes tiveram alta hospitalar no próprio
dia. Não houve complicações descritas neste subgrupo.
Conclusão: Neste trabalho a BHP foi uma técnica segura,
apresentando uma baixa taxa de complicações graves o que
afirma a sua aplicabilidade em regime de ambulatório. O resultado
foi inconclusivo em 14% da amostra, indicando a possibilidade
de optimização no futuro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Rockey DC, Caldwell SH, Goodman ZD, Nelson R, Smith AD. Liver biopsy. J Hepatol. 2009;49:1017-44.

Grant A, Neuberger J, Day C, Saxseena S. Guidelines on the use of liver biopsy in clinical practice. London: British Society of Gastroenterology Guidelines; 2004.

Szymczak A, Simin K, Inglot M, Gladysz A. Safety and effectiveness of blind percutaneous liver biopsy: analysis of 1412 procedures. Hepat

Mon. 2012:32-7.

Cahmakci E, Caliskan KC, Tabakci ON, Tahtabasi M, Jarpat Z. Percutaneous liver biopsies guided with ultrasonography: a case series. Iran J

Radiol. 2013; 10: 182-4.

Filingeri V, Sforza D, Tisone G. Complications and risk factors of a large series of percutaneous liver biopsies in patients with liver transplantation or liver disease. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2015; 19: 1621-9.

Piccinino F, Sagnelli E, Pasquale G, and Giusti G. Complications following percutaneous liver biopsy. A multicentre retrospective study on 68,276 biopsies. J Hepatol. 1986; 2:165-73.

Devesa N, Guimarães J, Carrola P, Reis R, Dias P, Parente F, et al. Biópsia hepática: evolução numa casuística recente. Med Intern. 2003;10:137-42.

Vilas AP, Lucinda O, Veiga MZ, Carvalho IR, Carvalho L, Chorão M, et al; Rentabilidade diagnóstica da biópsia hepática num Serviço de Medicina Interna. Rev Port Doenças Infecciosas. 2001;24:11-5.

Ficheiros Adicionais

Publicado

30-12-2016

Como Citar

1.
Sousa AC, Pires S, Jacinto M, Tribolet de Abreu T. Biópsia Hepática Percutânea: Segurança e Utilidade em 137 Procedimentos Consecutivos. RPMI [Internet]. 30 de Dezembro de 2016 [citado 17 de Novembro de 2024];23(4):11-5. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/835

Edição

Secção

Artigos Originais

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>