Progressão e declínio da hidatidose humana em Portugal: análise histórico-epidemiológica

Autores

  • J. A. David de Morais Consulta de Hidatidologia do Hospital do Espírito Santo de Évora

Palavras-chave:

hidatidose, epidemiologia, incidência da hidatidose, Portugal, Alentejo

Resumo

No sentido de aclarar a falaciosa afirmação de que Portugal, em
geral, e o Alentejo, em particular, possuem incidências hiperendémicas de hidatidose humana, o autor analisou as estatísticas
oficiais e a sua própria casuística de 30 anos sobre esta zoonose
parasitária. Assim, analisámos a ocorrência da hidatidose a nível
do País, das Grandes Regiões, do Alentejo, do distrito de Évora e dos concelhos deste distrito.
A conclusão final foi a de que a maioria do País é, hoje em dia,
em geral sine-endémico em hidatidose, ocorrendo apenas casos
esporádicos, que, o mais das vezes, correspondem a infecções
antigas. Quanto ao Alentejo – outrora a grande região endémica
do País –, nos distritos de Portalegre e Beja existem concelhos
sine-endémicos e alguns hipo-endémicos; apenas o distrito de
Évora possui ainda alguns concelhos meso-endémicos e apenas
um hiper-endémico.

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Ficheiros Adicionais

Publicado

31-12-2010

Como Citar

1.
David de Morais JA. Progressão e declínio da hidatidose humana em Portugal: análise histórico-epidemiológica. RPMI [Internet]. 31 de Dezembro de 2010 [citado 18 de Dezembro de 2024];17(4):274-85. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1195

Edição

Secção

História da Medicina