Progressão e declínio da hidatidose humana em Portugal: análise histórico-epidemiológica

Autores

  • J. A. David de Morais Consulta de Hidatidologia do Hospital do Espírito Santo de Évora

Palavras-chave:

hidatidose, epidemiologia, incidência da hidatidose, Portugal, Alentejo

Resumo

No sentido de aclarar a falaciosa afirmação de que Portugal, em
geral, e o Alentejo, em particular, possuem incidências hiperendémicas de hidatidose humana, o autor analisou as estatísticas
oficiais e a sua própria casuística de 30 anos sobre esta zoonose
parasitária. Assim, analisámos a ocorrência da hidatidose a nível
do País, das Grandes Regiões, do Alentejo, do distrito de Évora e dos concelhos deste distrito.
A conclusão final foi a de que a maioria do País é, hoje em dia,
em geral sine-endémico em hidatidose, ocorrendo apenas casos
esporádicos, que, o mais das vezes, correspondem a infecções
antigas. Quanto ao Alentejo – outrora a grande região endémica
do País –, nos distritos de Portalegre e Beja existem concelhos
sine-endémicos e alguns hipo-endémicos; apenas o distrito de
Évora possui ainda alguns concelhos meso-endémicos e apenas
um hiper-endémico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Leitão JLS, Cruz e Silva JA. Acerca de quatro antropozoonoses parasitárias em Portugal Metropolitano: leishmaniose canina, toxoplasmose canina, equinococose (E. granulosus) e larvas migratórias viscerais (Toxocara spp.) An

Esc Sup Med Veter 1972; 12: 7-37.

David de Morais JA. A Hidatidologia em Portugal. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1998.

Monjardino J. Sobre quistos hidáticos. Notas Clínicas. Medicina Contemporânea 1913; 31(47): 373-5; (50): 398-400; (51): 407-9; 1914; 32(3): 23-5; (9): 67-9; (23): 181-182.

Cabeça C, Vilar B. Quistos hidáticos, equinococose, hidatidose. Lisboa Médica 1931; 8 (3): 107-34; (4): 185-211; (5): 295-304; (6): 355-364; (7): 419-438.

Rui de Lima. A quistectomia no tratamento cirúrgico da hidatidose pulmonar. Referência da técnica pessoal de quistectomia. J Soc Ciênc Méd Lisboa 1978; 142: 393-402.

David de Morais JA. The Issue Concerning Diffusion of Echinococcosis/Hydatidosis in Portugal: The Role of Transhumance. XVIII International Congress of Hydatidology (Lisboa). Archivos Internacionales de la Hidatidosis 1997; 32: 9-21.

David de Morais JA. Nosografia do distrito de Évora: estudos prospectivos de campo. Rev Portuguesa Doenç Infec 1997; 20(1): 5-14.

David de Morais JA. Estudo epidemiológico da Equinococose-Hidatidose no distrito de Évora: problemática metodológica. Rev Portuguesa Doenç Infec 1997; 20(3): 137-145.

David de Morais JA. Hidatidose humana. Estudo clínico-epidemiológico no distrito de Évora durante um quarto de século. Acta Med Portuguesa 2007; 20: 1-10. Disponível on-line: www.actamedicaportuguesa.com/arquivo2007.htm

Matossian RM, Rickard MD, Smyth JD. Hydatidosis: a global problem of increasing importance. Bulletin of the World Health Organization 1977; 55: 499-507.

McManus DP, Zhang W, Li J, Bartley PB. Echinococcosis. Lancet 2003; 362: 1295-1304.

Sánchez JA Muñoz, Gutiérrez PC, Fernández FA et al. Hidatidosis en um hospital general. I. Análisis epidemiológico de 1056 casos. Medicina Clinica (Barcelona) 1982; 78(10): 421-426.

INE. Estatísticas da Saúde. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística, 1987 a 1994.

Ministério da Saúde. Doenças de Declaração Obrigatória. Lisboa: Direcção de Serviços de Informação e Análise, Divisão de Epidemiologia, 1995-2007. Disponível on-line: www.dgs.pt

Lacaine, F. Les statistiques dans les articles médicaux: lecture critique. Revue Praticien 1983; 33(21): 1107-1111.

Censos 1981, 1991 e 2001. XII, XIII e XIV Recenseamento Geral da População. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística, 1981, 1991 e 2001.

David de Morais JA. A Transumância de Gados Serranos e o Alentejo. Évora: Câmara Municipal de Évora, 1998.

Júlio de Sousa J. Reflexões sobre o diagnóstico d’um kysto do fígado e seu tratamento. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa, 1864 (tese de licenciatura).

Perez-Gallardo M, Bereciartua EQ. La hidatidosis en España. In: Parasitologia en el Sur-Oeste de Europa. Valencia: Congreso Internacional de las Asociaciones Sudocidental-Europeas de Parasitologia, 1991: 333-334.

Pascual MH, Esteve NB. Hidatidosis hepática. Estudio de una serie de 7435. Parte I: Aspectos generales, epidemiología y diagnóstico. Rev Esp Enf Ap Diges 1987; 71(1): 1-6.

David de Morais JA. A Equinococose-Hidatidose no Mundo. In: David de Morais JA. A Hidatidologia em Portugal, vol. I, cap. IV. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, 1993: 79-113. (tese de doutoramento).

Polydorou K. National report on the surveillance and control of zoonoses: Cyprus. Mediterranean Zoonoses Control Centre (MZCC/JCC/81.4 WP 4 E). Lisbon, 1981: 1-5.

Mann I. Model environmental pilot for surveillance, prevention, and control of Echinococcosis/Hydatidosis. XIII Congreso Internacional de Hidatidologia. Abstracts. Madrid, 1985: 34.

Bowles J, McManus DP. Molecular characterisation of Echinococcus. XV Extraordinary Congress for the Celebration of the 50 Years of A. I. H. (Roma). Archivos de la Hidatidosis 1991; 30: 55-63.

www.projectos.uevora.pt/hidatidose/index.html (consultado em Agosto de 2009). Idem (consultado em 2008/09/24).

Malato-Beliz J. Relations entre agriculture et conservation de la végétation naturelle dans la région méditerranéenne. In : Atti del 2º Corso Europeo di Ecologia Applicata nella Regione Mediterranea. Itália: Ministero dell’Agricoltura e delle Foreste, 1976: 269-290.

Jones TC. Echinococcosis (hydatid disease). Clinics in Gastroenterol 1978; 7: 122-128.

Gharbi HA, Hassine W, Brauner MW, Dupuch K. Ultrasound examination of the hydatic liver. Radiology 1981; 139: 459-463.

Mattiucci S, David de Morais JA, Arru E et al. Genetic homogeneity within Echinococcus granulosus from sheep and cattle of Portuguese and Italian origin. XV Extraordinary Congress for the Celebration of the 50 Years of A. I. H. (Roma). Archivos de la Hidatidosis 1991; 30: 875-878.

Valadas E, Lopes ML, David de Morais JA. Estudo da imunidade celular num grupo de doentes com Hidatidose. Rev Soc Médica Hospitais Distritais Zona Sul 1990; 5(3): 180-184.

David de Morais, JA. Abordagem clínica integrada. Considerações a propósito de um caso de hidatidose múltipla grave. Medicina Interna 2006; 13(4): 278-288.

Spruance SL. Latent period of 53 years in a case of hydatid cyst disease. Arch Intern Med 1974; 134: 741-742.

Scully RE, ed. Case records of Massachusetts General Hospital. N Eng J Med 1979; 300: 1429-1434.

Scully RE, ed. Case records of Massachusetts General Hospital. N Eng J Med 1980; 303: 325-331.

Costa P, Vilão C. Consulta de Hidatidologia. Casuística de 5 anos. Beja: I Congresso Ibérico de Hidatidologia e VII Congresso Nacional de Hidatidologia, Livro de Resumos, 2000.

Kourias B. A propos de 2000 cas de kystes hydatiques operés. Brèves considérations d’ordre statistique et chirurgical. Presse Medicale 1961 ; 69(4) : 165-168.

WHO Informal Working Group. International classification of ultrasound images in cystic echinococcosis for application in clinical and field epidemiological settings. Acta Tropica 2003; 85: 253-261.

Larrieu E, Frider B, Mario del Carpio et al. Asymptomatic carriers of hydatidosis: epidemiology, diagnosis and treatment. XIX International Congress of Hydatidology (San Carlos de Bariloche, Argentina). Archivos Internacionales de la Hidatidosis 1999; 33: 197-204.

Larrieu E, Frider B, Mario del Carpio et al. Portadores asintomáticos de hidatidosis: epidemiología, diagnóstico y tratamiento. Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 2000; 8(4): 250-256.

WHO. PAIR: Puncture, Aspiration, Injection, Re-Aspiration. An option for the treatment of Cystic Echinococcosis. WHO/CDS/CSR/APH, 2001.6

Ficheiros Adicionais

Publicado

31-12-2010

Como Citar

1.
David de Morais JA. Progressão e declínio da hidatidose humana em Portugal: análise histórico-epidemiológica. RPMI [Internet]. 31 de Dezembro de 2010 [citado 4 de Maio de 2024];17(4):274-85. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1195

Edição

Secção

História da Medicina