Úlceras de pressão: casuística de um Serviço de Medicina Interna

Autores

  • Pedro Andrade Serviço de Dermatovenereologia, Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Filipa Seabra Pereira Serviço de Medicina I, Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Lèlita Santos Serviço de Medicina I, Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Maria Helena Saldanha Serviço de Medicina I, Hospitais da Universidade de Coimbra

Palavras-chave:

úlceras de pressão, idosos, neuropatia, mortalidade, tempo de internamento

Resumo

As úlceras de pressão constituem uma entidade clínica com
grande relevância clínica e valor prognóstico na população idosa.
Com vista à caracterização da população de doentes portadores
de úlceras de pressão no Serviço de Medicina I dos Hospitais da
Universidade de Coimbra, procedeu-se à análise retrospectiva e
descritiva dos dados constantes nos registos clínicos dos doentes
internados naquela unidade entre 1 de Janeiro e 30 de Junho
de 2006, tendo sido avaliados diversos parâmetros individuais,
em particular idade, sexo, condições domiciliárias, diagnóstico
principal de admissão, tempo de internamento, mobilidade,
co-morbilidades crónicas, mortalidade e número, localização e
gravidade de úlceras de pressão.
Os resultados obtidos permitiram concluir que o número
de doentes portadores de úlceras de pressão referenciados
como tal à data de alta é significativamente inferior ao número
de doentes real. A quase totalidade dos doentes com úlceras
de pressão apresentava idade superior a 65 anos, tendo sido
observada associação significativa com neuropatias crónicas
com compromisso sensoriomotor ou cognitivo (p<0,001), em
particular o acidente vascular cerebral, e com institucionalização
extra-hospitalar (p<0,001). A maioria dos doentes apresentava
úlceras de pressão localizadas à região sacrococcígea. Metade
das úlceras surgidas durante o internamento foi registada em
doentes que já eram portadores de úlceras de pressão no momento de admissão. Verificou-se que a presença de úlceras de
pressão condicionou um aumento estatisticamente significativo
não só do tempo de internamento (p<0.001), mas também da
própria mortalidade (p<0.001).

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Ficheiros Adicionais

Publicado

31-03-2010

Como Citar

1.
Andrade P, Seabra Pereira F, Santos L, Saldanha MH. Úlceras de pressão: casuística de um Serviço de Medicina Interna. RPMI [Internet]. 31 de Março de 2010 [citado 2 de Dezembro de 2024];17(1):13-20. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1256

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