Papel de megadoses de dexametasona na trombocitopenia auto-imune refractária

Autores

  • Luís Pinheiro Médico do Internato Complementar de Medicina Interna, Assistente Convidado da Faculdade de Medicina de Lisboa (F.M.L.)
  • João Ribeiro Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Hospital de Santa Maria
  • Luísa Rebocho Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Hospital de Santa Maria
  • Margarida Lucas Chefe de Serviço de Medicina Interna; Assistente Convidada da Faculdade de Medicina de Lisboa
  • Rui Victorino Chefe de Serviço de Medicina Interna; Professor Catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa

Palavras-chave:

Trombocitopenia auto-imune refractária, Púrpura trombocitopénica imune, Pulsos de dexametasona

Resumo

A abordagem terapêutica da púrpura trombocitopénica auto-imune (PTI) crónica refractária à corticoterapia e esplenectomia é controversa, incluindo o recurso à imunossupressão, e tem recebido atenção na literatura internacional.
Descreve-se o caso de uma mulher de 36 anos,
com o diagnóstico de PTI há 9 anos, refractária à corticoterapia e à esplenectomia, bem
como à imunossupressão com azatioprina durante dois anos. Optou-se por terapêutica com
imunoglobulina intravenosa (IGIV) nos episódios de púrpura com plaquetas inferiores a
10x109/l, verificando-se boa resposta embora transitória, o que implicou um número crescente de internamentos hospitalares (18 internamentos em dois anos). Dada a ausência de resposta, mantida às opções terapêuticas de 1ª. e
2ª. linha e à transitoriedade da resposta à IGIV,
recorreu-se a um esquema terapêutico de 3ª. linha proposto na literatura com seis pulsos de
megadoses de dexametasona por via oral (40mg/dia, durante quatro dias), com intervalos
de 28 dias. Após a conclusão da terapêutica e
com dois anos de follow-up, as contagens plaquetares mantêm-se persistentemente acima de
100x109/l, sem evidência de discrasia hemorrágica.
O presente caso apoia a evidência recente para o recurso a megadoses orais de dexametasona como alternativa terapêutica de fácil administração na PTI refractária, com eficácia a longo prazo.

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Referências

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Ficheiros Adicionais

Publicado

31-03-2003

Como Citar

1.
Pinheiro L, Ribeiro J, Rebocho L, Lucas M, Victorino R. Papel de megadoses de dexametasona na trombocitopenia auto-imune refractária. RPMI [Internet]. 31 de Março de 2003 [citado 14 de Dezembro de 2024];10(1):29-34. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1784

Edição

Secção

Casos Clínicos

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