Intoxicação pelo Paraquat: casuística de um serviço de Medicina Interna

Autores

  • Vítor Branco Interno de Especialidade de Medicina Interna, Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Suzana Calretas Interna de Especialidade de Medicina Interna, Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Adélia Simão Assistente Graduado de Medicina Interna, Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • José M. Santos Assistente Hospitalar de Neurologia, Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Arsénio Santos Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Rui M. Santos Chefe de Serviço de Medicina Interna, Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coim­bra
  • Armando Carvalho Chefe de Serviço de Medicina Interna, Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coim­bra
  • Conceição Reis Chefe de Serviço de Medicina Interna, Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Eurico Almiro Director do Serviço de Medicina Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Armando Porto Director do Serviço de Medicina Serviço de Medicina III dos Hospitais da Universidade de Coimbra

Palavras-chave:

paraquat, intoxicação, diagnóstico, tratamento, prognóstico, mortalidade

Resumo

Objectivo: caracterização da apresentação,
terapêutica e evolução da intoxicação pelo Paraquat,
procurando indicadores prognósticos.
Material e Métodos: análise retrospectiva dos casos
de intoxicação pelo paraquat internados no Serviço
de Medicina III, de Janeiro/1987 a Janeiro/2000,
seguindo-se protocolo de colheita de dados:
demográficos; quantidade ingerida e tempo entre a
ingestão e a chegada ao hospital; mortalidade e
tempo de evolução; manifestações clínicas e
alterações laboratoriais, à entrada no hospital e
durante o internamento; terapêuticas instituídas.
Resultados: estudaram-se 37 casos: 19 faleceram
(51,4%), em média ao fim de 7 dias, e 18
sobreviveram (48,6%), com seguimento médio de
7,5 meses. A ocorrência de icterícia, leucocitose,
insuficiência renal e hipoxemia foi significativamente
mais frequente nos que faleceram. À entrada no
hospital, valores elevados de LDH e valores baixos
de pCO2 sugerem pior prognóstico. Das várias
modalidades terapêuticas utilizadas, apenas o sulfato
de sódio, isolado ou associado a lavagem gástrica e
carvão activado, produziu um efeito favorável na
sobrevivência, com significado estatístico (utilizado
em 31% dos falecidos e 55% dos sobreviventes). A
hemoperfusão foi mais utilizada nos doentes que
vieram a falecer (58% contra 33%). Outras técnicas dialíticas foram utilizadas em número insuficiente
para análise.
Conclusões: mantém-se a elevada mortalidade,
correlacionada com a quantidade de tóxico ingerida,
resultando quer da falência multiorgânica em agudo,
quer tardiamente da insuficiência respiratória; o
melhor índice de prognóstico nesta intoxicação (a
paraquatemia) continua a não ser utilizado na nossa
série; a utilização de adsorventes e catárticos revelase
a única forma eficaz de modificar o prognóstico;
as vantagens teóricas de outras modalidade
terapêuticas, como as técnicas dialíticas, não
transparecem dos resultados.

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Referências

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Ficheiros Adicionais

Publicado

29-06-2001

Como Citar

1.
Branco V, Calretas S, Simão A, Santos JM, Santos A, Santos RM, Carvalho A, Reis C, Almiro E, Porto A. Intoxicação pelo Paraquat: casuística de um serviço de Medicina Interna. RPMI [Internet]. 29 de Junho de 2001 [citado 13 de Outubro de 2024];8(2):71-5. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1946

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