Poderá uma ecografia carotídea prever a existência de ateromatose complexa do arco aórtico?
Palavras-chave:
acidente vascular cerebral isquémico agudo, ecocardiografia transesofágica, ecografia carotídea, ateromatose complexa do arco aórtico, ateromatose carotídea de alto riscoResumo
Introdução: O diagnóstico de ateromatose complexa do arco
aórtico, uma fonte potencial de embolismo cerebral, é feito por
ecocardiografia transesofágica (ETE). Embora se tenha demonstrado uma correlação entre aterosclerose carotídea e aórtica,
não é conhecido com que fiabilidade poderão os resultados da
avaliação ecográfica carotídea predizer a existência ou não de
ateromatose complexa do arco aórtico.
Métodos: Estudámos prospectivamente todos os doentes
referenciados ao nosso laboratório simultaneamente para ETE
e para ecografia carotídea, com o diagnóstico de acidente vascular cerebral (AVC) isquémico agudo. Avaliámos a capacidade
de um aumento do índice íntima-média (IIM) ou a presença de
ateromatose carotídea de alto risco predizerem a presença de
ateromatose complexa do arco aórtico.
Resultados: Um total de 101 doentes com AVC isquémico agudo
foram referenciados ao nosso laboratório para ETE e ecografia
carotídea. Considerando a presença de ateromatose complexa
do arco aórtico como a variável dependente, um aumento do IIM
teve uma sensibilidade de 42% e uma especificidade de 78%
(valor preditivo positivo 41%, valor preditivo negativo 80%), e a
ateromatose carotídea de alto risco teve uma sensibilidade de
22% e uma especificidade de 95% (valor preditivo positivo 60%,
valor preditivo negativo 77%).
Conclusões: No nosso estudo, uma ecografia carotídea com
aumento do IIM ou ateromatose carotídea de alto risco teve uma
elevada especificidade para a presença de ateromatose complexa
do arco aórtico, com uma baixa sensibilidade.
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